Após delação de Mauro Cid, membros do Governo Federal aguardam por provas mais contundentes contra Bolsonaro

Membros do Governo Federal ligados ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estão animados com as informações obtidas pela Justiça através da delação premiada do Tenente Coronel Mauro Cid sobre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas aguardam que as investigações sejam concluídas para proceder de qualquer forma com relação a possibilidade do antigo chefe do poder executivo ter colaborado com planos de uma tentativa de golpe de estado.  

A atenção do Planalto sobre o caso foi redobrada após serem revelados trechos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que revelaram que o ex-mandatário recebeu uma minuta de decreto golpista das mãos de seu assessor Filipe Martins. Na delação, Cid afirma que Bolsonaro submeteu o documento à cúpula das Forças Armadas e que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, teria expressado apoio à ideia, embora o Alto Comando das Forças Armadas não tenha aderido à conspiração. 

“No governo, a delação está sendo considerada ‘preciosa’, por esclarecer o envolvimento do ex-presidente e militares de alta patente nas articulações golpistas. Mas a ordem é aguardar por provas mais robustas antes de qualquer atitude, especialmente com relação aos militares”.  

Ainda conforme a reportagem, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, informou ao Palácio do Planalto que os militares sob seu comando concordam com essa avaliação. As Forças Armadas afirmam que só agirão quando forem oficialmente informadas sobre os fatos apurados. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também teria dito a auxiliares e integrantes do governo que o melhor, neste momento, seria ‘simplesmente deixar a investigação fluir’. 

“Lula já determinou a assessores que ‘tenham cuidado’ para não atrapalhar as investigações da Polícia Federal. Tanto ele, como os articuladores políticos do governo já esperavam que Bolsonaro e militares de alta patente acabassem apontados como envolvidos nas articulações golpistas. A ideia é deixar somente para o PT e partidos aliados manifestações políticas sobre o assunto”, finaliza a reportagem. 

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Anderson Costa

Anderson Costa