Lula diz que Brasil não precisa ter meta de inflação “tão rígida”

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No dia em que o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para discutir a meta de inflação de 2026 e possivelmente uma mudança na metodologia para tal objetivo de política monetária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil “não precisa ter uma meta de inflação tão rígida”.

“O Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida, como estão querendo impor agora, sem alcançar. Temos que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou aquela meta, podemos reduzir e descer mais um degrau. Alcançou aquele outro degrau, desce mais um degrau. É para isso que a política monetária tem que ser móvel. Ela não tem que ser fixa e eterna. Ela tem que ter sensibilidade em função da realidade da economia, das aspirações da sociedade”, disse. A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira (29), em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre (RS).

Antes de tecer o comentário, o presidente afirmou não achar prudente falar sobre a atuação do CMN no dia da reunião do comitê. O colegiado, composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem encontro marcado para as 15h (horário de Brasília).

Na entrevista, Lula disse não querer interferir na decisão do CMN e indicou confiança em Haddad e Tebet na construção do melhor posicionamento sobre o assunto. “Não é prudente falar da atuação do Conselho Monetário no dia em que eles vão se reunir. Não quero influir na decisão do Conselho Monetário Nacional. Eles sabem o que fazer, sabem como têm que decidir”, disse.

Para este ano, a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ela cai para 3,00% nos dois anos seguintes, mantendo a banda de tolerância.

Integrantes da equipe econômica sustentam que uma mudança em objetivos já estabelecidos não estão nos planos do governo neste momento. Mas há uma defesa de possível alteração da metodologia usada para o sistema de metas vigente, com o abandono do “ano-calendário” (janeiro a dezembro) e a adoção de uma “meta contínua” com prazo mais flexível, como 18 ou 24 meses.

Em entrevista concedida ao canal GloboNews ontem (28), Haddad, confirmou que levará a discussão sobre o alongamento das metas à reunião do CMN desta tarde e se referiu à possível mudança como um “aperfeiçoamento desejável”.

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Marcos Mortari

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