Plano de trabalho da CPMI dos atos tem foco na atuação de Torres, Silvinei e ministros militares de Bolsonaro

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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou, na manhã desta terça-feira (6), o plano de trabalho que vai nortear os trabalhos do colegiado nos próximos meses.

De acordo com o documento, os trabalhos devem seguir uma ordem cronológica, que começa antes mesmo das invasões aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).

A comissão deverá apurar a atuação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e sua relação com o então diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, diante dos protestos que bloquearam rodovias de todo o país logo após o resultado das eleições, com a derrota de Jair Bolsonaro (PL).

Também serão apuradas as circunstâncias envolvendo a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal por bolsonaristas em 12 de dezembro, data em que Luiz Inácio Lula (PT) foi diplomado como presidente da República pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ter vencido das eleições realizadas em outubro. Na ocasião, veículos foram incendiados na capital federal e vias públicas bloqueadas.

Além disso, o plano de trabalho prevê a investigação sobre o plano de atentado terrorista descoberto após um caminhoneiro ver uma bomba sob um caminhão carregado com querosene de aviação nas imediações do Aeroporto de Brasília em 24 de dezembro, e a influência do episódio para os eventos ocorridos em 8 de janeiro.

No plano da relatora, constam requerimentos de convocação para o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e também do ex-ministro da Casa Civil, e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, Walter Braga Netto, além de Anderson Torres, que na ocasião das invasões era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e estava nos Estados Unidos em férias.

A comissão também pretende ouvir testemunhas para investigar a relação do Tenente-Coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas nos ataques golpistas e a atuação das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do Quartel-General do Exército, em Brasília.

O plano também prevê convites a integrantes do governo Lula, como o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB); o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, que assumiu o cargo após o afastamento de Torres pelo Supremo Tribunal Federal; e o General Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, que chefiava a pasta na data em que ocorreram os atos de vandalismo.

Além dos depoimentos, o grupo pode utilizar outras formas de investigação como mandados de busca e apreensão e o compartilhamento de dados, como mensagens de telefone por aplicativos de mensagem. De acordo com o presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), parlamentares devem votar de 15 a 20 requerimentos requerimentos na quarta-feira (7), e a comissão deverá realizar duas reuniões por semana. O prazo mínimo para a conclusão dos trabalhos da comissão é de 180 dias.

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