Lira consolida maior bloco da Câmara, com 173 deputados, e demonstra força ao governo e em disputa por sucessão

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fechou um acordo para retomar o controle do que será o maior bloco partidário da casa legislativa. O “superbloco” reunirá legendas do centro, de direita e da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma demonstração de força do parlamentar alagoano.

O grupo será composto por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB e terá ao todo 173 deputados. O movimento é uma resposta ao bloco formado no fim de março por MDB, PSD, Republicanos, Podemos, PSC, com 142 parlamentares.

Os detalhes do “superbloco” serão revelados em entrevista coletiva convocada pelo deputado Elmar Nascimento (BA), aliado de Lira e líder do União Brasil na casa legislativa, para esta quarta-feira (12), às 17h (horário de Brasília).

Nos bastidores, a notícia é vista como demonstração de força de Lira em meio a uma disputa que começa a ser travada por sua sucessão ao comando da Câmara dos Deputados a partir de 2025. De um lado, Elmar Nascimento é visto como o favorito do atual mandatário para a troca de bastão. Do outro, aparece o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP).

Blocos partidários são formados por duas ou mais legendas em busca de maior força na casa legislativa e de prerrogativas específicas. Os maiores agrupamentos conseguem mais espaços em comissões temporárias, além de precedência nas relatorias de proposições.

O novo blocão, assim que protocolado, deve se firmar como uma força política que precisará ser considerada pelo Palácio do Planalto, caso queira ver aprovados o projeto de lei complementar do arcabouço fiscal, que necessita de maioria absoluta, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, que depende de ao menos 308 votos em dois turnos de votação.

A formação do agrupamento, de quebra, agrada a parte do PP que deseja manter maior proximidade ao governo Lula. Um dos efeitos esperados com o movimento é também uma perda relativa de espaço de PL e PT, as duas maiores bancadas individuais da casa legislativa, na distribuição de espaços.

Parlamentares ouvidos pelo InfoMoney, contudo, dizem não ver mudança significativa na situação da governabilidade na Câmara dos Deputados com a notícia e lembram que siglas da base aliada, como PDT e PSB, integrarão o novo blocão.

(com Reuters)

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Marcos Mortari

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