Consuni, Consepe e Conselho Curador da UFPB vão avaliar pedido de destituição do reitor Valdiney Gouveia


Feita avaliação dos três conselhos, prevista para o dia 16 de maio, uma decisão vai ser encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) que deve deliberar a destituição ou não do reitor. Três conselhos da UFPB devem avaliar dossiê que pede destituição de Valdiney, conforme foi deliberado em reunião do Consuni nesta terça-feira (22) Consuni/Divulgação A destituição do reitor Valdiney Gouveia deve ser avaliada pelas três principais instâncias deliberativas da universidade: o Conselho Universitário (Consuni), o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e o Conselho Curador. A informação é do Consuni que se reuniu nesta quarta-feira (22) para discutir "Dossiê da Intervenção da UFPB". LEIA TAMBÉM: TRF5 determina anulação da matrícula de reitor da UFPB após aprovação pelo sistema de cotas O g1 procurou a assessoria de imprensa da UFPB e o reitor Valdiney, solicitando um parecer sobre a reunião; um parecer sobre o dossiê e perguntando se as exigiências do dossiê serão acatadas. Porém, até a publicação desta matéria, não obteve respostas. Na reunião estiveram presentes, além dos três conselhos, entidades estudantis como o Levante Popular da Juventude; entidades de docentes, como a Sindicato dos Docentes da UFPB (ADUFPB); estudantes, professores e servidores. A professora mais votada durante a consulta eleitoral em 2020, Terezinha Domiciano, também esteve presente. Os conselheiros aprovaram por unanimidade o parecer do professor Jailson Rocha, conselheiro escolhido pelos demais para ser relator do processo que discute o dossiê. Conforme o Consuni, o relatório apresentado pelo professor indicou, nos termos do estatuto da UFPB em seu artigo 22, que cabe aos três conselhos reunidos a apreciação de quaisquer pedidos nos termos colocados - neste caso, a destituição do reitor. Feita a avaliação dos três conselhos, prevista para o dia 16 de maio, a decisão vai ser encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) que deve deliberar a destituição ou não do reitor. Estudantes se manifestam na frente da reitoria da UFPB Beatriz Firmino/Arquivo Pessoal O que diz o dossiê O documento foi protocolado em agosto de 2021 pelo Comitê de Mobilização pela Autonomia e contra a Intervenção na UFPB, composto por entidades e coletivos de todas as categorias da comunidade acadêmica acomo o Sindicato dos Professores da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB). Leia aqui o dossiê completo A publicação apresentada têm o objetivo de mostrar que a atual administração, na verdade, seria fruto de uma intervenção do governo do presidente Jair Bolsonaro. O dossiê afirma, entre outros pontos, que a gestão tem precarizado condições de trabalho e estudantil, e esvaziado atribuições dos conselhos superiores. O dossiê possui cinco eixos: O primeiro trata sobre a repressão e a censura; O segundo aborda a precarização das condições de trabalho e estudantil; O terceiro diz respeito a um suposto alinhamento ideológico com a extrema direita, citando, por exemplo, o convênio com a Universidade de Belarus. O país é governado por Aleksandr Lukachenko, chamado de “o último ditador da Europa”; O quarto fala sobre desrespeito à liberdade e às diferenças; O quinto aborda também a usurpação e esvaziamento das atribuições dos conselhos superiores. A posse polêmica de Valdiney A gestão de Valdiney na UFPB é marcada de polêmicas desde o ínicio. Ele foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro - decisão recebida com desagrado pela comunidade acadêmica porque Valdiney foi o menos votado na consulta pública. Estudantes da UFPB em ato em frente à reitoria, no dia 11 de novembro de 2020, na "Ocupa Alph" Lara Brito/G1 PB Ele foi o último colocado nas eleições feitas em 26 de agosto 2020, com 106,496 pontos, enquanto a professora Terezinha Domiciano, primeira colocada, teve 964,518 da soma ponderada e normalizada dos votos. Por isso, muitos classificam Valdiney como um "interventor" - já que sua nomeação desrespeitou a decisão da comunidade acadêmica. Desde o dia da nomeação, manifestantes fizeram uma ocupação na Reitoria por mais de um mês e também realizou uma posse simbólica da professora mais votada durante a consulta eleitoral, Terezinha. A ocupação ficou conhecida como "Ocupa Alph", em homenagem a um estudante e militante da UFPB encontrado morto. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
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