Reportagem do g1 conquista menção honrosa em prêmio de jornalismo e direitos humanos


Matéria conta a história de Gertrudes Maria, escravizada que lutou por liberdade na Justiça, mesmo após comprar a carta de alforria, e foi a única da Paraíba a aparecer no prêmio. Matéria conta a história de Gertrudes Maria, escravizada que lutou por liberdade na Justiça, mesmo após comprar a carta de alforria, e foi a única da Paraíba a aparecer no prêmio. Ilustração: Flávio Tavares Uma reportagem sobre Gertrudes Maria, escravizada que lutou por liberdade na Justiça, mesmo depois de comprar a carta de alforria, escrita pela jornalista Ana Beatriz Rocha, do g1 Paraíba, recebeu uma menção honrosa na categoria online do 39º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, cujo resultado foi divulgado na quarta-feira (30). O prêmio é realizado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), com o objetivo de estimular o trabalho de jornalistas na denúncia de violações, pela observância e defesa dos direitos humanos nas sociedades da América do Sul. Publicada em 20 de novembro de 2021, no Dia da Consciência Negra, a reportagem conta a história de uma quitandeira de João Pessoa (então Cidade da Parahyba) que pagou o equivalente a R$ 25 mil (em conversão para valores atuais) para ter liberdade parcial dos 'senhores', mas que precisou brigar na Justiça, com ajuda de amigos, para não ser considerada posse e voltar a ser escrava de outra pessoa como pagamento de uma dívida do antigo ‘senhor’. No total, 79 reportagens de todo o país concorreram na categoria online, com a matéria "A Máquina Oculta de Propaganda do iFood", da Agência Pública (SP) e escrita por Clarissa Levy e Thiago Domenici recebendo o primeiro lugar. “Foram muitas histórias importantes e de destaque que concorreram, e a minha maior felicidade é o reconhecimento do valor jornalístico e histórico da trajetória de Gertrudes Maria, uma paraibana que lutou tanto por liberdade em um contexto extremamente difícil. É uma história que demonstra muito bem os caminhos de resistência da população negra para além do que a gente aprende na escola”, disse Ana Beatriz Rocha. “A história dela é um símbolo de que a abolição foi conquistada pela população negra, inclusive na Paraíba, e eu acho importante uma história de uma paraibana, de uma nordestina, ser valorizada em um prêmio que trata de direitos humanos, ainda mais em 2022, um ano em que várias coisas aconteceram neste campo, uma história do século XIX que não deixa de ter a sua contribuição para a trajetória do povo preto atualmente”, relata a jornalista. Conheça a história de Gertrudes Maria, escravizada que lutou na Justiça por liberdade Este ano, o prêmio teve como tema a intolerância, inspirado no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. As reportagens selecionadas estão relacionadas ao combate ao desrespeito aos direitos humanos de qualquer espécie, seja de raça, religião, sexo, cor ou política. Na avaliação, a comissão julgadora estabeleceu cinco critérios básicos: qualidade do texto ou da imagem; investigação original dos fatos; profundidade no tratamento da informação; abordagem de temas socialmente relevantes; e valores éticos profissionais refletidos no texto. Os critérios não foram ponderados por notas e os trabalhos vencedores foram escolhidos por equilibrar os cinco valores. A reportagem de Ana Beatriz Rocha foi a única da Paraíba a figurar entre as selecionadas, seja entre vencedoras ou entre menção honrosa. “Eu sempre acho relevante fazer reportagens que valorizam os trabalhos que já estão sendo feitos por pesquisadores na academia, e também por qualquer pessoa que se mobilize intelectualmente para além da universidade. A história de Gertrudes Maria tinha muita atenção por parte de uma pesquisadora da UFPB e tinha destaque acadêmico. A reportagem é uma forma de trazer este destaque para fora da academia. Tenho certeza que vai ser algo que vai dar muito suporte para pesquisas relacionadas a questões deste tipo. Acredito que essa é a principal contribuição da reportagem”, completa a jornalista. Ana Beatriz Rocha, jornalista da Rede Paraíba de Comunicação Ana Beatriz Rocha/Acervo pessoal Vídeos mais assistidos da Paraíba
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