Colégio Estadual da Prata educa paraibanos há 70 anos e conta história de Campina Grande

Segundo maior colégio da Paraíba foi fundado em 1953 e serviu de base para educação de artistas e políticos paraibanos ao longo de sete décadas. Colégio Estadual da Prata, em Campina Grande Leonardo SIlva / Jornal da Paraíba A história de Campina Grande, Agreste da Paraíba, pode ser contada de diversas formas. E algo que resiste ao tempo e narra a história da cidade são suas obras, e uma delas é a Escola Estadual Dr. Elpídio de Almeida, mais conhecido como Colégio Estadual da Prata, localizado no bairro da Prata, na zona oeste da cidade. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O colégio, que atualmente conta com 37 salas de aula, mais de 700 alunos matriculados por ano e ocupa uma área de cerca de 20 mil metros quadrados, conta um pedaço da história da cidade com sua contribuição para a comunidade educacional. A escola, que foi inaugurada em 31 de janeiro de 1953, foi a primeira a disponibilizar ensino secundário gratuito na cidade, modalidade que hoje corresponde ao Ensino Médio. Grandes nomes da política e cultura nacional já passaram pelo Estadual da Prata, a exemplo do jornalista José Nêumanne Pinto, da cantora Elba Ramalho, da deputada federal Luiza Erundina e do ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima. Artistas e políticos que estudaram no Colégio Estadual da Prata Divulgação/Arquivo Colégio Estadual da Prata/Instituto Histórico de Campina Grande Segundo o historiador Bruno Gaudêncio, no início de suas atividades na cidade, a escola era situada numa área rural e contemplava, ainda, a elite da cidade. “Ainda era um bairro muito rural, conhecido por ser muito distante do Centro, mas que estava começando a ter alguns casarões e membros da elite de Campina Grande. Era uma parte pouco habitada. Logo que ela foi inaugurada, os alunos reclamavam para chegar até a escola. Era distante, ficava no meio do mato, estrada de terra, tinha que atravessar o Açude Novo que na época tinha água. Na época as pessoas entendiam que era um bairro distante para sair e estudar”, disse o historiador. Bruno Gaudêncio, historiador e professor do Colégio Estadual da Prata Bruno Gaudêncio/Redes sociais Na época de sua construção e inauguração, em Campina Grande, as escolas que contemplavam o ensino mais avançado eram escolas como o Pio XI, Colégio Damas e o Colégio Alfredo Dantas que ofereciam o ensino secundário na época. E, segundo o historiador, por décadas era feito um exame admissional para entrar na escola. “A partir dos anos 1970, pela demanda, houve uma ampliação e a escola começou a ganhar uma popularidade maior. É uma espécie de escola mãe. Para entrar era feito um exame de admissão, só foram extintos no início dos anos 2000”, explicou o historiador. Além de historiador, Bruno Gaudêncio é professor de história na escola desde 2021 e estudou no colégio entre os anos de 2001 e 2013. Para ele, a escola representa um braço histórico da cidade e fez parte da vivência de diversas famílias. “A escola representa muito do ponto de vista histórico, arquitetônico, a grandiosidade, e de certa maneira é uma das escolas mais tradicionais da Paraíba e também do interior do Nordeste. Muitas gerações se formaram, famílias inteiras estudaram aqui”, disse o historiador. Colégio Estadual da Prata durante a construção, em Campina Grande Divulgação/Arquivo Colégio Estadual da Prata/Instituto Histórico de Campina Grande Como o prédio é antigo, com 70 anos de existência, algumas lendas e mitos foram repassados por gerações. Bruno Gaudêncio contextualiza que relatos de fantasmas e assombrações são ditos por várias gerações e que isso faz parte do imaginário popular por se tratar de uma edificação antiga. “Como é um prédio antigo, que lembra muito uma estrutura de igreja, com uma arquitetura colonial, então há muitas histórias de fantasmas e assombrações que frequentam esse espaço. Tem-se a história de que pessoas veem a figura de uma criança correndo pelas escadarias, na época da pandemia muitas pessoas relataram isso. Mas isso faz parte do imaginário das pessoas, das lendas e mitos que são criados sobre lugares antigos”, finalizou o historiador. Dentro do mesmo contexto em que Bruno Gaudêncio vivenciou, de estudar na instituição e retornar para lecionar, Daniel Brito, professor de química, se formou em 2010 e voltou em 2020 para ser professor. Ele relatou à TV Paraíba que voltar para a instituição para educar foi um motivo de orgulho para ele. “Motivo de grande orgulho, é um sonho poder voltar a essa instituição que é tão importante para mim. Rever alguns professores, agora como colegas. E poder dar minha contribuição, então é maravilhoso e muito importante pra mim. Eu digo aos meus alunos: ‘valorizem o que vocês têm aqui, porque vocês têm uma joia preciosa nas mãos’”, disse Daniel. Ao longo dos anos, o Colégio Estadual da Prata manteve a missão de formar pessoas para o futuro, sendo um marco importante para a história de Campina Grande. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba