Planalto decide manter Daniela Carneiro à frente do Ministério do Turismo até o fim da semana

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Ao contrário do que era esperado nos bastidores, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, vai permanecer no cargo por mais alguns dias. A decisão foi comunicada pelo Palácio do Planalto, na tarde desta quinta-feira (6), e garante mais uma vez uma sobrevida à política na pasta.

O deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) é cotado para substituir Daniela Carneiro, em um movimento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atrair o partido para a base governista e ampliar sua força no Congresso Nacional.

Durante a semana, a mudança na pasta foi vista por analistas como forma de destravar as negociações sobre temas econômicos no parlamento, como a reforma tributária, o projeto de lei que restabelece o voto de qualidade nos julgamentos do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) e mesmo o projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal.

De saída do União Brasil, Daniela não vive bom ambiente dentro da legenda e deve migrar para o Republicanos, seguindo os passos do marido, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (Republicanos), prefeito de Belford Roxo (RJ).

A dupla conta com prestígio de Lula por ter desempenhado papel fundamental para a campanha petista nas eleições de 2022 e busca compensações pela iminente perda de espaço na Esplanada dos Ministérios.

Já Celso Sabino, que deve ocupar a pasta em breve, é nome próximo ao líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), e tem boa relação com o presidente da casa legislativa, Arthur Lira (PP-AL). Por outro lado, também é visto por integrantes da base de Lula como figura próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ‒ o que tem gerado resistências ao seu nome.

A poucas horas da esperada votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária no plenário da Câmara dos Deputados, Sabino tem se destacado como articulador junto à bancada de seu partido em busca dos votos necessários para aprovar a matéria de interesse do Palácio do Planalto. A entrega de apoio na pauta considerada fundamental pelo governo é vista como teste importante para o parlamentar antes da efetiva nomeação para o ministério.

Atualmente a bancada do União Brasil no Congresso Nacional é formada por 59 deputados federais e nove senadores. A sigla nasceu da fusão entre PSL e Democratas, e concentra desde figuras políticas que ascenderam nos últimos anos junto com o bolsonarismo até antigos caciques da centro-direita.

O partido hoje conta com três ministérios: Comunicação (Juscelino Filho), Integração Regional (Waldez Góes, que apesar de ser filiado ao PDT foi uma indicação feita pelo aliado político Davi Alcolumbre) e Turismo (Daniela Carneiro). No entanto, há um sentimento interno de que as indicações aos ministérios foram feitas sem que a direção do partido fosse ouvida. Como resultado deste ruído, os parlamentares da legenda têm relutado em votar com o governo em algumas matérias na Câmara.

Conhecida no meio político como Dani do Waguinho, em referência ao esposo, Daniela Carneiro foi eleita a deputada federal mais votada no Rio de Janeiro nas últimas eleições, com 213 mil votos. Anunciada para integrar o governo ainda durante a transição, ela teve sua indicação para chefiar a pasta do Turismo vista como uma escolha pessoal de Lula, após o petista fechar uma aliança com o casal no segundo turno das eleições, visando reduzir a vantagem de votos que Jair Bolsonaro possuía no Estado.

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luispereira

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