Sabesp (SBSP3) encaminha anteprojeto para privatização da companhia; ações sobem
A Sabesp (SBSP3) informou na noite da última segunda-feira (18) que o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) deliberou pelo encaminhamento do anteprojeto da lei de desestatização da companhia de saneamento ao gabinete do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
De acordo com fato relevante, o CDPED recomenda que o encaminhamento seja feito pela Secretaria de Parcerias em Investimentos e pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
O CDPED ainda recomendou que a empresa inicie o procedimento para seleção e contratação dos bancos coordenadores e demais serviços necessários à futura oferta pública.
Ao final do pregão desta terça-feira (19), as ações da Sabesp subiram 0,38%, cotadas a R$ 60,80.
Para o Itaú BBA, a deliberação “é mais um passo oportuno em direção à privatização e redução de ‘eventos de riscos’”, escrevem, em relatório os analistas.
O BBA tem como recomendação outperform para a Sabesp, com preço-alvo para o final de 2024 de R$ 83,63 por ação.
A análise aponta que SBSP3 está sendo negociado a uma TIR real implícita de 12,1% e a um EV/RAB implícito de 0,75x.
Sabesp (SBSP3): estrutura da privatização
O modelo ainda não está 100% fechado, mas caminha para uma oferta subsequente de ações (follow-on) como meio de diluir a participação do Estado. Atualmente, o governo de São Paulo detém 50,26% das ações ordinárias da companhia, como controlador. A empresa não possui papéis preferenciais.
É a mesma estratégia adotada nas privatizações de Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6), com a diferença de que, nesses casos, o capital das companhias ficou pulverizado, como uma corporation. Já a Sabesp pode ganhar um acionista de referência relevante.
“Ainda não foi definido o nível de governança e atribuições que esse acionista de referência vai ter. Se pode nomear diretores ou quais os diferenciais da posição”, comenta Vladimir Pinto, head de utilities da XP.
O tamanho da participação do governo de São Paulo pós-privatização também está em aberto. “A Sabesp pode ficar mais parecida com a Copel, onde o estado ficou com uma participação menor na empresa”, avalia Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
O processo de desestatização da empresa deu um grande avanço, destaca a Reuters, quando a cidade de São Paulo aderiu em meados de agosto à regionalização de serviços de água e esgoto no âmbito do marco do saneamento.
Na ocasião, analistas do JPMorgan mantiveram valor justo de R$ 100 por ação para a Sabesp privatizada, embora vissem riscos de concretização da desestatização da companhia.
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