Tebet diz que “cerco se fechou” contra Bolsonaro e defende apreensão de passaporte do ex-presidente

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou, nesta sexta-feira (18), que os avanços das investigações da Polícia Federal no caso envolvendo as joias recebidas de autoridades estrangeiras no governo anterior e os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nos último dias representam um cerco ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em um breve comentário no início de seu discurso durante a posse do economista Márcio Pochmann como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ministra disse que fazia um “desabafo” e recomendou que as autoridades competentes não demorem a apreender o passaporte de Bolsonaro, de modo a evitar qualquer risco de ele deixar o país.

“Este é um novo Brasil. Eu sei que o tempo é presente e é hora de mirar o futuro. Mas não há como, diante desta semana tão decisiva da política brasileira não fazer uma referência especial ao que aconteceu neste momento”, iniciou.

“Graças ao trabalho da operação da Polícia Federal e dos depoimentos dados na CPI dos Atos Golpistas nesta semana, nós podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro. Está apontado como autor, como mandante, da tentativa de fraudes às urnas eletrônicas, como tentativa de fraude à decisão sempre legítima do povo brasileiro escolher seu sucessor. Ali estava a tentativa de violar, de atentar contra a democracia brasileira”, prosseguiu.

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Durante a fala, Tebet citou o ex-presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, que dizia que “traidor da Constituição é traidor da pátria”. “Temos ódio e nojo. Nojo da ditadura”, repetiu a ministra no discurso.

“A eles o rigor da lei. E não se enganem: que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”, pontuou.

As falas ocorrem no contexto em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, no âmbito do inquérito que apura suposta apropriação indevida, evasão e venda ilícita de bens de alto valor dados de presente ao governo brasileiro durante sua gestão.

Elas também seguem entrevista dada pelo advogado Cezar Bittencourt, que faz a defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, à revista Veja. Segundo Bittencourt, seu cliente deverá admitir à Polícia Federal que vendeu joias no exterior cumprindo ordens e que entregou os valores dos bens ao casal presidencial.

Ainda ontem (18), o hacker Walter Delgatti, conhecido pela “Vaza Jato”, afirmou em depoimento de quase sete horas em audiência pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que Bolsonaro pediu a ele para forjar a invasão de urnas eletrônicas para desestabilizar o processo eleitoral e que assumisse a autoria de um suposto grampo telefônico contra Moraes em troca da promessa de um indulto que o inocentasse dos eventuais crimes.

Os desdobramentos aumentaram a percepção em Brasília de dificuldades políticas e jurídicas para Bolsonaro ao longo das próximas semanas, com risco de avanço das investigações.

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Marcos Mortari

Marcos Mortari