Metade dos assassinatos de mulheres são investigados como feminicídios no 1º semestre de 2023 na PB
Dados mostram que 16 feminicídios foram registrados na Paraíba de janeiro a junho deste ano. Primeiro trimestre de 2023 tem 13 mulheres assassinadas, na Paraíba Editoria de Arte/G1 Metade dos assassinatos de mulheres na Paraíba, no primeiro semestre de 2023, estão sendo investigados como feminicídios. Os dados do Núcleo de Análise Criminal e Estatística do Governo do Estado, solicitados pelo g1 via Lei de Acesso à Informação, mostram que 16 feminicídios foram registrados na Paraíba de janeiro a junho deste ano. O mês mais violento para as mulheres foi janeiro, com nove mulheres assassinadas, sendo 4 feminicídios registrados. Em seguida, aparece o mês de junho, com oito mortes no total, sendo quatro feminicídios. Na atualização dos dados, enviados ao g1 em julho, o mês de abril teve o maior número de feminicídios, com seis casos em investigação. Ano de 2012 foi o mais violento para mulheres da Paraíba na última década A Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas. Conforme a lei, considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Na soma total de assassinatos do primeiro semestre, o número de feminicídios ultrapassa o de homicídios dolosos. Foram 16 mulheres assassinadas por questões de gênero e 15 por homicídio doloso, quando não há relação com o gênero. As mortes são tratadas, tecnicamente, como Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Na comparação com o mesmo período de 2022, houve a diminuição de um caso, e em relação a 2021, o número de feminicídios se manteve o mesmo quando observado o mesmo semestre. Mas em relação ao total de mulheres assassinadas, houve uma diminuição de nove casos comparado ao ano passado. Mulheres assassinadas na PB no 1º semestre de 2023 Como denunciar Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones: 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil) 180 (Central de Atendimento à Mulher) 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência) Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail. As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações. Morreu porque terminou o relacionamento Uma das vítimas de feminicídio na Paraíba, no primeiro semestre de 2023, foi Grazielle Maria Dantas Nunes, com nome, história, filhos e família. Tinha apenas 22 anos. Foi morta com um tiro na cabeça, no dia 28 de janeiro, em Pedra Lavrada, no Seridó paraibano. O suspeito é o ex-companheiro dela, que não aceitava o término do relacionamento. Conforme informações da Polícia Civil, o feminicídio aconteceu na frente da mãe e do filho de dois anos da vítima. A vítima estava na casa da sua mãe, quando foi a um bar a pedido de uma vizinha. No caminho, Grazielle Nunes foi surpreendida por Cleiton, que iniciou uma discussão e, puxando-a por uma das mãos, começou a levá-la de volta para a casa contra a sua vontade. Ela então começou a gritar por socorro. Feminicídio aconteceu Pedra Lavrada, no Seridó da Paraíba. Antes da separação o casal residia na cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte Reprodução/TV Paraíba Ao chegar à residência, Cleiton sacou um revólver e mandou que todos entrassem dentro do imóvel. Estavam presentes o irmão, a mãe e o filho da vítima - de apenas 2 anos de idade, oriundo da união com o denunciado. Ainda conforme o MPPB, a vítima se encostou na porta de entrada, momento em que o Cleiton colocou a arma de fogo na sua testa e efetuou disparo à queima-roupa, sem dar chances de defesa para Grazielle, além de ter cometido o crime na presença do filho e da mãe da vítima. Cleiton Salustio de Sousa foi encontrado na zona rural do município de Tenório, e encontra-se, atualmente, na cadeia pública de Cubati. Vídeos mais assistidos da Paraíba