Quem é Walber Agra, advogado da ação que tornou Bolsonaro inelegível


Ação contra Jair Bolsonaro foi movida pelo PDT; ex-presidente foi condenado e está inelegível até 2030. Walber Agra, advogado que movou ação que tornou Bolsonaro inelegível Arquivo Pessoal O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nesta sexta-feira (30). Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030. A ação foi movida pelo PDT e teve como ponto de partida a sustentação oral do advogado paraibano Walber Agra. A fala, de 15 minutos, ganhou repercussão pelo uso da literatura, para além dos argumentos jurídicos pela condenação do ex-presidente. Agra citou "Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago, o filósofo italiano Nicolau Maquiavel, o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe e também fez menção ao inquisidor espanhol Tomás de Torquemada. "Será que vamos entrar novamente em estágio de cegueira coletiva? Como não há fato? Houve uma reunião com claro desvio de finalidade para desmoralizar as instituições e de forma internacional, o que é grave. Utilizou-se bens públicos para finalidades eleitorais e várias vezes", declarou Walber Agra, citando o livro de Saramago. O que disse Walber Agra na sustentação contra Bolsonaro O julgamento da ação começou em 22 de junho e terminou nesta sexta-feira. Bolsonaro foi condenado por ter feito uma reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, em que divulgou informações falsas e fez acusações sem provas contra o sistema eleitoral brasileiro. O encontro foi transmitido pela TV oficial do governo e foi realizada pouco antes das eleições presidenciais. Bolsonaro perdeu a disputa presidencial para Lula, do PT. Quem é Walber Agra Natural de Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba, o advogado de 50 anos mora em Recife há quase três décadas. Em Pernambuco foi onde deu início à sua formação profissional, com a graduação em Direito pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma das duas mais antigas do Brasil, juntamente com a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O advogado Walber Agra, do PDT, durante julgamento da ação do partido contra Jair Bolsonaro Reprodução/TV Justiça Ele tem mestrado pela UFPE, doutorado Università degli Studio di Firenze, na Itália, e pós-doutorado na Universidade Montesquieu Bordeaux IV. Além da advocacia, é livre docente em Direito Econômico e Financeiro pela Universidade de São Paulo, atua na procuradoria do estado de Pernambuco e é membro da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da OAB. Ele escreveu 15 livros de sua autoria e é organizador de mais 30. Começou a se aproximar do PDT há cerca de oito anos, dentre as suas idas semanais a Brasília para cumprir a agenda de trabalho. Mas Walber Agra tem proximidade com a política antes disso. É primo do ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, que é pai do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e avô do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Tem dentre seus clientes, estão políticos como o curitibano Rafael Greca (PSD), o mineiro Alexandre Kalil (PSD), o paulista Gabriel Chalita (PDT) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Também foi coordenador jurídico das campanhas do ex-ministro Armando Monteiro Neto (PSDB) e da ex-deputada federal Marília Arraes, que era do PT e atualmente está no Solidariedade. Defesa de Bolsonaro recebe decisão do TSE com 'profundo respeito' e avalia recorrer ao STF; advogado do PDT diz que resposta do judiciário foi 'legalista' Bolsonaro inelegível O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030. Mesmo com recursos ainda possíveis ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão da Justiça Eleitoral já está valendo. Bolsonaro foi condenado por realizar uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo. Na reunião -- realizada às vésperas do início do período eleitoral -- o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes. TSE condena Bolsonaro e o declara inelegível por oito anos Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
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