Padilha cobra colegas por atendimento a parlamentares e Haddad critica BC em reunião ministerial
Em uma reunião ministerial de cerca de oito horas, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, aproveitou a presença de todos os colegas para cobrar a nomeação de cargos e uma relação melhor dos ministros com os parlamentares, um dos motivos de insatisfação do Congresso com o governo, disseram à Reuters fontes que participaram do encontro.
Um dos primeiros a falar, Padilha apresentou um levantamento de 400 cargos que já tiveram nomes negociados, aprovados e enviados aos ministérios — alguns há três meses — e não tiveram as nomeações encaminhadas à Casa Civil para que sejam efetivadas.
Em sua fala, o ministro destacou que a Esplanada dos Ministérios está recheada de “pesos pesados da política”, tem um “Pelé” à frente do governo, mas o governo está sendo visto como avesso ao Congresso, algo contraditório ao que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende, por não estar abrindo espaço aos pedidos dos parlamentares.
A falta de nomeações tem sido uma das principais queixas dos deputados e senadores, e levam a um desgaste do governo com o Parlamento — principalmente de Padilha, que faz essa relação direta e recebe os pedidos. O ministro tem sido extremamente criticado, especialmente pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.
Os números já haviam sido levados ao presidente e o próprio Lula havia ordenado que as nomeações fossem liberadas. Em muitos casos, no entanto, há resistência de ministros, que não querem nomes de outros partidos nas suas pastas ou em autarquias que respondem para seus ministérios.
Padilha cobrou ainda que os ministros abram suas agendas para os parlamentares, para recebê-los em seus gabinetes e também para participar de lançamentos e inaugurações, como forma de melhorar a relação.
Juros
Em sua fala, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a taxa de juros praticada pelo Banco Central e afirmou que o órgão tem estado alienado do resto do país, praticando a mesma taxa de juros — 13,75% — há um ano, mesmo com a alteração do cenário econômico.
Outros ministros secundaram a avaliação, com Jader Filho, ministro das Cidades, brincando que se Haddad e Simone Tebet estão vocalizando em público a cobrança ao BC é porque a mobilização contra os juros realmente ganhou o país.
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