Fan token suspeito da CBF está na mira da CPI das pirâmides de criptomoedas

aureo ribeiro

O fan token fracassado da Seleção Brasileira, lançado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2021, será um dos alvos da “CPI das Pirâmides de Criptomoedas” na Câmara dos Deputados, afirmou o autor da proposta, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), nesta quarta-feira (24).

“Vamos ampliar [o escopo da CPI] para os tokens ofertados ao mercado e que não tiveram sucesso, como o que foi ofertado pela CBF. Vamos verificar se houve alguma oferta criminosa”, falou o parlamentar ao InfoMoney.

O Brazil National Football Team Fan Token (BFT) é um fan token da CBF que arrecadou cerca de R$ 90 milhões em meados de 2021 com a promessa de oferecer engajamento para torcedores da Seleção, algo que nunca chegou a se concretizar.

Segundo apurou o InfoMoney, a exchange turca Bitci, que emitiu os tokens, não cumpriu com os pagamentos para a CBF, mas a Confederação ainda ficou com boa parte da venda inicial. Segundo um empresário que participou da negociação, o projeto foi intermediado pela agência esportiva de Philippe Blatter, sobrinho do ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter.

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Já os compradores dos criptoativos, além de não terem tido oportunidade de usufruir dos supostos benefícios, viram o preço evaporar em poucos meses — desde a Copa do Mundo no ano passado, o valor do BFT desabou 96%, o pior desempenho entre todos os outros fan tokens de seleções de futebol no mesmo período.

Escândalos recentes na mira

O plano inicial da Comissão Parlamentar de Inquérito das pirâmides de criptomoedas era levantar informações sobre 11 empresas e pessoas que, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), teriam realizado operações fraudulentas com moedas digitais. Todos os nomes estão relacionados com os esquemas Atlas Quantum, Zero10 Club (Genbit) e TraderGroup.

Segundo Ribeiro, no entanto, os parlamentares também buscarão se debruçar sobre casos mais recentes, como o da Braiscompany, acusada de dever R$ 258 milhões a milhares de vítimas; da Gas Consultoria, do “Faraó do Bitcoin”; e o da Xland, empresa que prometia 5% ao mês de retorno e que teria atraído atletas do Palmeiras — os jogadores Mayke e Scarpa cobram na Justiça dívida na casa dos R$ 14 milhões.

O deputado, que também é autor do projeto de lei que deu origem ao marco legal das criptomoedas aprovado no ano passado, reforça que acredita muito na criptoeconomia, mas que é necessário “separar o joio do trigo”.

“Queremos acabar com essa lógica que tentaram dar de que o investimento pode ter garantia [de retorno mensal] de 10% ou 15%. A falta de conhecimento fez vários brasileiros entrarem em crimes como esses”, explica.

Autorizada na semana passada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a CPI das pirâmides de criptomoedas deverá ser instalada na próxima quarta-feira (31). A relatoria será indicada pelo PL, enquanto o nome do deputado Áureo Ribeiro é o mais cotado para a presidência da Comissão.

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paulobarros

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