Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues anuncia desfiliação da Rede Sustentabilidade

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O senador Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso Nacional, anunciou, nesta quinta-feira (18), sua desfiliação da Rede Sustentabilidade, legenda em que atuou desde 2015 − ano de fundação pela atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Com o movimento, a Rede Sustentabilidade, que na última eleição formou uma federação com o PSOL, deixa de ter representação no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, a federação possui 14 dos 513 assentos, sendo que apenas 1 é ocupado efetivamente pela antiga legenda de Randolfe.

Por se tratar de cargo eleito em votação majoritária, o parlamentar não corre risco de perda de mandato por infidelidade partidária, conforme entendimento consolidado na Justiça Eleitoral. Até o fechamento desta reportagem, Randolfe ainda não havia anunciado sua nova sigla.

Em nota, Randolfe disse que, “nos últimos anos, o povo brasileiro enfrentou a sua quadra mais dramática” e que a democracia “esteve sob real ameaça”. O parlamentar diz que, durante o período, a Rede esteve “ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação”. “Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica”, diz.

O senador aproveitou para agradecer “o companheirismo e o convívio deste período” e fez questão de citar nominalmente a ex-senadora Heloísa Helena, atualmente presidente do partido.

“Minhas palavras trazem, sobretudo, gratidão. Tenho a certeza que continuaremos juntos, nas lutas por democracia, justiça e na construção de uma sociedade livre da fome e da opressão”, concluiu.

No texto, Randolfe não expôs os motivos que o levaram a tomar a decisão de deixar a legenda. Mas nos bastidores ele vinha alimentando significativas divergências com Marina Silva.

O estopim teria sido a decisão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de rejeitar o licenciamento ambiental para a Petrobras explorar petróleo na bacia do Foz do Amazonas. A medida contou com apoio da ministra e foi criticada pelo parlamentar.

“A decisão do Ibama contrária à pesquisas na costa do Amapá não ouviu o governo local e nenhum cidadão do meu estado. O povo amapaense quer ter o direito de ser escutado sobre a possível existência e eventual destino de nossas riquezas”, escreveu Randolfe ontem (17) nas redes sociais.

“Junto a todas as instâncias do governo federal, reuniremos todos aqueles que querem o desenvolvimento sustentável do Amapá, para de forma técnica, legal e responsável lutarmos contra essa decisão”, pontuou o parlamentar algumas horas antes de seu anúncio de desfiliação.

Leia a íntegra do comunicado:

Companheiros e companheiras da REDE SUSTENTABILIDADE:

Nos últimos anos, o povo brasileiro enfrentou a sua quadra mais dramática. A Democracia, há muito conquistada, esteve sob real ameaça.

Neste período, nas ruas, nas instituições e em especial no Parlamento, o nosso partido esteve ao lado dos brasileiros lutando contra o fascismo, e cumpriu um papel histórico com amor, coragem e dedicação. Me honrará para sempre ter sido parte desta jornada épica.

Agradeço o companheirismo e o convívio deste período, em especial levo para toda a vida exemplos de lealdade ao povo, como o da companheira Heloísa Helena, que ontem, hoje e sempre me inspirará.

Minhas palavras trazem, sobretudo, gratidão. Tenho a certeza que continuaremos juntos, nas lutas por democracia, justiça e na construção de uma sociedade livre da fome e da opressão.

Dito isso peço, em caráter irrevogável, a minha desfiliação da REDE SUSTENTABILIDADE.

Randolfe Rodrigues”

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Marcos Mortari

Marcos Mortari