Prefeito de SP defende retirada do ISS da reforma tributária: “Impacto é de R$ 10 bilhões”
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta terça-feira (11) a retirada do Imposto Sobre Serviços (ISS) da reforma tributária, porque o texto em discussão hoje tiraria R$ 10 bilhões da capital paulista, mas fez questão de dizer que não é contra a reforma em si.
“Eu não sou contra, pelo contrário, eu sempre defendi a reforma tributária. Minha grande área de atuação é na área tributária e entendo a importância da reforma tributária”, afirmou Nunes. “A gente só não pode fazer algo muito importante e, por um erro, tirar recurso dos municípios. Você não pode criar um problema nos municípios, porque as pessoas vivem nos municípios”.
O político disse já ter tratado do assunto com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e que “não pode permitir um retrocesso na questão do fortalecimento da municipalização, do fortalecimento dos municípios”. “Expliquei a ele [Padilha] qual é a nossa demanda, que o ISS seja retirado da questão tributária”.
O prefeito da capital paulista afirmou também que conversou nos últimos dias com os deputados federais Baleia Rossi (presidente do MDB e autor da PEC 45) e Renata Abreu (presidente do Podemos) sobre a reforma (sete senadores do Podemos assinam a PEC 46, que também trata do assunto). “A PEC 46 inclusive atende melhor os interesses dos municípios”.
Nunes aproveitou para cutucar Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda e ex-prefeito de São Paulo, sobre a reforma tributária. “O ministro foi prefeito da cidade de São Paulo, né? Então ele sabe muito bem quais são os impactos. Quero acreditar que quem foi o prefeito da cidade de São Paulo não vai aprovar uma reforma tributária como essa, que de São Paulo pega R$ 10 bilhões”.
Ele disse que “acredita na sensibilidade” de Haddad, mas busca alternativas. “Temos evidentemente o peso da força da cidade de São Paulo de poder dialogar com os deputados federais. Ontem mesmo eu almocei com o o presidente do meu partido” (o estado é o que tem assentos na Câmara: 70).
Segundo o prefeito de São Paulo, a questão é técnica, não política. “A gente quer tirar recursos dos municípios ou a gente quer fortalecer os municípios?”. “Eu pretendo até falar com o próprio presidente Lula. Eu tenho certeza que ele é uma pessoa que tem sensibilidade, que sabe da importância dos municípios. Nós estamos a favor e precisamos da reforma tributária”.
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