Atleta paralímpico da PB toca nove instrumentos e realiza sonho de conhecer Maestro João Carlos Martins

Marquinhos perdeu a visão aos 6 anos e é atleta desde 2021. Ele é fã do Maestro João Carlos Martins e usa a música no seu treinamento de atleta. A noite feliz de Marquinhos: futuro atleta paralímpico realiza sonho musical O atleta Marquinhos Martins dos Santos, de 13 anos, vem treinando muito para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos. Ele perdeu a visão aos seis anos por causa de um glaucoma, doença ocular que provoca lesões no nervo óptico e, como consequência, comprometimento visual. A falta de visão, no entanto, aguçou outros sentidos e o tal do "tocar de ouvido" aconteceu rapidamente. "Eu toco nove instrumentos: flauta, pandeiro, pandeirola, triângulo, bateria, escaleta, teclado, piano e ukulele", conta Marquinhos. No ano passado, a história de Marquinhos ganhou novo rumo, quando ele virou atleta e a música passou a fazer parte do treinamento. “A gente acorda um pouquinho mais cedo, eu boto ele pra tocar um pouquinho para relaxar. E à noite também, antes de dormir, eu deixo ele tocar um pouco para relaxar e dar tudo certo no outro dia”, relata o atleta-guia de Marquinhos, Rogério Carlos da Silva. O que ele gosta de tocar exige estudos. Marquinhos adora música clássica. "o que ele gosta de tocar exige estudos. marquinhos adora musica clássica. "Sebastian Bach é muito difícil, é o compositor que, na minha opinião, tem as músicas mais difíceis, porque tem que ter uma técnica absurda", explica Marquinhos. Ele é um grande fã do maestro João Carlos Martins. "Quem nunca ouviu João Carlos Martins tocando Johann Sebastian Bach procura, por favor, você não sabe o que você está perdendo", diz Marquinhos. Atleta paralímpico da PB toca nove instrumentos e realiza sonho de conhecer Maestro João Carlos Martins Reprodução/Globo O maestro foi diagnosticado com distonia focal, problema neurológico que provoca contrações involuntárias dos músculos. A doença fez abandonar o piano e então ele se tornou regente. Só voltou ao convívio com o velho companheiro graças as luvas especiais que devolveram os movimentos e a firmeza das mãos. "Um menino de 13 anos admirar um maestro que construiu uma carreira com muita luta, muita luta, cinco cirurgias, com uma doença rara, me emociona profundamente", desabafa João Carlos Martins. Marquinhos mora em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa. Ele estava em São Paulo, participando das paralimpíadas escolares, que reuniu 1,3 mil crianças e adolescentes de todo o Brasil. A equipe do Fantástico aproveitou para levar um presente do maestro: uma carta. "Oi, Marquinhos. Tudo bem? Eu sou um grande admirador seu. Me mostraram um vídeo seu competindo. Você é muito bom no que faz. Eu também gostei muito de saber que você é músico. A música é a minha vida. Espero um dia poder te ouvir tocando. Assinado: Maestro João Carlos Martins. "Isso aqui vai ficar guardado. Eu vou tentar deixar esse braille aqui o mais vivo possível", declarou Marquinhos. O paratleta não sabia, mas tinha uma surpresa preparada para ele: conhecer o maestro João Carlos Martins. Achando que estava indo gravar uma vinheta de natal da Globo, Marquinhos se prarou para a aventura. Chegando no local, começou a tocar "Noite Feliz" na flauta, e o maestro o acompanhou no piano sem ele saber quem era. Quando percebeu quem era, Marquinhos se emocionou e foi logo fazendo um pedido: "Eu não sei se seria ruim, teria como você tocar um Bach?" E o maestro tocou. Acostumado a dar espetáculo, o maestro virou plateia, encantado com a composição do próprio marquinhos. "Bravo. Bravo!" Os dois tocaram juntos. O maestro descobriu que o Marquinhos está aprendendo a tocar flauta transversal e o convidou para uma apresentação com a Orquestra Bachiana do Sesi. "Você é uma inspiração para todas as pessoas que enfrentando adversidades encontra uma esperança no futuro. Parabéns, Marquinhos". Vídeos mais assistidos da Paraíba