Brasileira na Coreia do Sul vai madrugar para assistir ao jogo e torce para vitória do Brasil, ao contrário do marido coreano


Munich Ferreira é casada com Hoyun Lee desde 2019. Ela aposta em 2x1 para o Brasil, e ele, 2x0 para a Coreia do Sul. Paraibana também falou sobre clima de Copa no país e as diferenças culturais das torcidas. Munich Ferreira mora na Coreia do Sul com o marido Hoyun Lee e com o pequeno Lucas, filho do casal Munich Ferreira/Acervo pessoal Uma estudante brasileira que mora na Coreia do Sul há quatro anos explicou que vai madrugar para poder assistir ao jogo do Brasil, nesta segunda-feira às 16h (4h, no país asiático), e torcer para a seleção canarinho, ao contrário do marido dela, que é coreano. Munich Ferreira, que nasceu em Campina Grande, na Paraíba, é casada com Hoyun Lee desde 2019, e também comentou sobre as diferenças da torcida sul-coreana para a brasileira. “Meu marido acha que vai ser 2x0 para a Coreia do Sul e eu acho que vai ser 2x1 para o Brasil. Aqui as pessoas têm comentado muito sobre os jogadores brasileiros machucados e Hoyun até acredita que Neymar não está em seu melhor, e que por isso tem chances de a Coreia do Sul crescer para cima do Brasil”, disse a paraibana. Munich tem 32 anos e é formada em tradução pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela conheceu Hoyun Lee em 2016 e foi morar na Coreia do Sul em 2018, para estudar coreano na Jeonbuk National University, na cidade de Jeonju. Na época, Lee estava terminando o doutorado, e os dois se casaram em 2019, se mudando para a cidade de Gochang. Juntos eles têm um filho, Lucas, de dois anos. A família é fã de futebol. Munich torce para o Treze, ao contrário do restante dos parentes paraibanos torcedores do Campinense Clube, e também para o Corinthians. Na Coreia do Sul, aprendeu com o marido a torcer para o Jeonbuk Hyundai Motors, um dos maiores clubes coreanos, com nove títulos da K League (equivalente ao Campeonato Brasileiro), e que tem seis jogadores atuando pela seleção - incluindo o camisa 9 Cho Gue-sung, autor dos dois gols contra Gana, que acabou ganhando da seleção sul-coreana por 3x2 na partida pela segunda rodada do grupo H. Lucas, filho de Munich e Hoyun, em um passeio nos arredores do estádio do Jeonbuk Hyundai Motors, um dos maiores clubes da Coreia do Sul Munich Ferreira/Acervo pessoal Apesar disso, o casal tem tentado acompanhar a Copa do Mundo do Catar, mas encontra dificuldades por causa do fuso horário. Lá os jogos são no final da noite e pela madrugada, o que dificulta a logística, já que ela está estudando para tirar o certificado e dar aulas de inglês, e ele é professor em uma escola de ensino médio-técnico. “Infelizmente não estamos podendo acompanhar todos os jogos. Nas fases de grupo tinham jogos de 19h e de 22h, então dava para ver direitinho. Os de 1h, consegui ver um ou outro, mas os de 4h não deu para ver nenhum. Da seleção brasileira, por exemplo, só conseguimos ver um, contra a Suíça. Já da Coreia do Sul, por exemplo, só conseguimos assistir ao jogo contra Portugal, que foi o mais emocionante que teve”, explicou Munich. Família é fã de futebol e torce para que o filho também goste do esporte, quando crescer Munich Ferreira/Acervo pessoal Para o jogo do Brasil contra a Coreia do Sul, ela explica que vai dormir cedo para acordar de madrugada e assistir. Já Hoyun, que trabalha cedo pela manhã, não vai ter como assistir. “Ele me explicou que muitos dos amigos não vão poder assistir, já que aqui o jogo vai ser às 4h, mas eles estão esperançosos. Lee me disse que vai dormir pensando no jogo e que vai torcer no coração, enquanto dorme”, brincou. Já o pequeno Lucas, apesar de já ter fotos com uma camisa do Brasil, ainda não tem torcida pronta. O casal também não quer forçar o menino a escolher um lado. “Ele é muito pequeno para assistir e entender futebol, mas no futuro a gente quer que ele também goste do esporte, que se interesse. Nós gostamos muito de futebol e tentamos criar essa cultura com ele, mas não vamos determinar para quem ele deve torcer. Ele pode torcer por quem quiser, essa vai ser uma decisão dele”, explicou Munich. Lucas, de dois anos, filho da brasileira Munich Ferreira e do sul-coreano Hoyun Lee, com uma camisa do Brasil. Munich Ferreira/Acervo pessoal Torcida sul-coreana Segundo a brasileira, os coreanos estão com os ânimos renovados após a classificação da seleção para as oitavas de final. “Meu marido falou que o clima está como em 2002, quando a Coreia do Sul foi uma das sedes da Copa e ficou em 4º lugar na competição. É um sentimento de ‘a gente consegue, a gente saiu de um grupo difícil, então a gente consegue’’, completa. Munich diz que nem ela nem Hoyun acreditavam que houvesse um confronto entre Brasil e Coreia do Sul já nas oitavas de final. “O grupo H parecia um grupo difícil. Não que a seleção sul-coreana fosse ruim, o que acho que não é, mas Uruguai e Portugal, por exemplo, têm histórias mais ricas no futebol, e Gana sempre aparece com força. Meu marido nem imaginava, ele disse que a maioria dos amigos não esperava nem que a Coreia do Sul fosse passar de fase”, disse. A classificação dos sul-coreanos acabou empolgando um pouco mais a torcida. “Alguns dias antes de começar a Copa eu estive em Seul a negócios e passei na rodoviária. A KFA, Associação de Futebol da Coreia, montou uma lojinha para vender itens, e ela só ia ficar instalada até este domingo (4). Imagino que nem acreditavam que a seleção passaria da fase de grupos. Eu cheguei a ir lá duas vezes e, na segunda vez, após o jogo de Gana, já tinham vendido tudo. Não tinha nenhuma camisa do Cho, por exemplo”, contou. Diferenças e semelhanças culturais Coreia do Sul celebra classificação às oitavas REUTERS/Thaier Al-Sudani Munich também comentou que uma das principais diferenças entre Brasil e Coreia do Sul, que percebeu ao chegar lá em 2018, é que não há um “clima geral” de Copa do Mundo. “Pequenos grupos de pessoas ficam muito empolgados com o futebol, mas a gente não vê por aqui pessoas com camisa da seleção ou ruas pintadas, como é no Brasil. Em dias de jogos da Coreia do Sul na Copa, alguns locais instalaram telões e algumas pessoas vão assistir, mas não tem aquela cultura de se reunir para ir para bares e assistir aos jogos com os amigos, em grupos grandes” conta. A torcida sul-coreana, na visão da brasileira, é mais contida em relação aos jogos, mas apesar das diferenças, ainda assim existem pequenos grupos de amigos e familiares que se reúnem em casa para assistir aos jogos e, assim como os brasileiros, acompanham as partidas com cerveja e petiscos. “É muito comum pedir frango frito para comer em casa enquanto assiste aos jogos. Agora na Copa, por exemplo, os restaurantes estão ficando com filas imensas de pedidos de frango frito. No primeiro jogo, contra o Uruguai, teve restaurante que não aceitava mais pedido e alguns estavam com mais de duas ou três horas de espera para entrega, então nisso é bem parecido com o Brasil”, completou. Hoyun Lee, Lucas e Munich Ferreira. Sul-coreano é casado com brasileira desde 2019 e família mora no país asiático Munich Ferreira/Acervo pessoal Vídeos mais assistidos da Paraíba
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