UFPB diz que bloqueio em orçamento não afeta despesas; ADUFPB alega falta de transparência


Reitor não deu detalhou valores e chamou bloqueio de "contingenciamento". Não existe transparência quanto ao orçamento, apesar da ADUFPB já ter solicitado várias vezes audiências com a reitoria para discutir os cortes. Parte da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Divulgação/UFPB A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) anunciou nesta quarta-feira (30) que os recentes bloqueios no orçamento das universidades federais não devem afetar a instituição paraibana. O reitor da universidade, Valdiney Gouveia, não informou quanto do orçamento foi bloqueado. LEIA TAMBÉM Novo bloqueio de orçamento no IFPB passa de R$ 4 milhões: 'torna impossível o funcionamento' Quase R$ 2 milhões são congelados em novo bloqueio orçamentário na UFCG; Reitoria diz que situação é grave Por meio de nota, ele chamou os bloqueios de "contingenciamento" e disse que não haverá impacto em despesas prioritárias como pagamento de salários, bolsas, auxílios estudantis e salários de terceirizados. O reitor alegou ainda que não existe qualquer dificuldade orçamentária na instituição até o fim do ano. Porém, se houver corte de orçamento, investimentos da UFPB serão impactados. Apesar das afirmações do reitor, o presidente da Associação dos Docentes da UFPB (ADUFPB), Cristiano Bonneau, disse ao g1 que o atual bloqueio deve sim afetar a instituição, assim como os bloqueios anteriores têm afetado. "Nossa realidade dentro da UFPB consiste na queda exponencial de todo tipo de serviços e atividades necessários para o andamento da instituição e a implementação de projetos de fomento à pesquisa, à extensão e ao ensino", afirma. Em outubro, um novo valor foi bloqueado das universidades e institutos federais da Paraíba. Entretanto, na ocasião, a UFPB também não especificou valores. Segundo Cristiano, na atual gestão da universidade não existe transparência quanto ao orçamento, apesar da ADUFPB já ter solicitado várias vezes audiências com a reitoria para discutir os cortes. "O que é uma consequência de um modelo de condução autoritário de um reitorado que não possui nenhuma legitimidade perante sua comunidade universitária. Sentimos os cortes no cotidiano, com a falta de apoio aos projetos e eventos docentes, diminuição dos serviços de limpeza e segurança, nenhuma política de investimentos ou melhoria da UFPB , e negligencia do ensino e seus resultados in e pós pandemia", pontuou Cristiano. O caso se deu na noite da segunda-feira (28) quando o Ministério da Educação (MEC) bloqueou R$ 244 milhões do orçamento das universidades federais. O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) classifica que esse bloqueio de verbas será, na prática, um corte de recursos. Bloqueios em outras instituições da Paraíba Em meio à polêmica do bloqueio de R$ 244 milhões do orçamento das universidades federais, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) disse que foi surpreendida com a notícia. Segundo a instituição, um estorno na ordem de R$ R$ 1.984.722,09 foi identificado. Não é o primeiro bloqueio de orçamento que afeta a UFCG em menos de um ano. Em outubro, o estorno foi no valor de R$ 2.930.120, 97. Cortes anteriores, no entanto, já somavam R$ 6 milhões, fazendo com que o congelamento de verbas atingisse agora mais de R$ 10 milhões. Já o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) afirmou que R$ 4.488,090,41 foi bloqueado e deve afetar a instituição gravemente. Conforme a reitora do IFPB, Mary Roberta Meira Marinho, foi bloqueado todo o saldo que ainda havia em caixa para despesas como energia, contratos com empresas de mão-de-obra terceirizada e compras de equipamentos. "O que torna impossível o funcionamento da instituição", disse em nota. A instituição já sofreu um corte orçamentário no valor de R$ 5.667.938 em junho. A assessoria de imprensa da instituição confirmou ao g1 que no corte feito anteriormente neste ano, primeiro a verba foi bloqueada e impedida de ser movimentada. Depois, ela foi varrida do caixa do IFPB. Isso pode acontecer novamente, com o novo montante bloqueado. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
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