Múcio apoia sanções a militares envolvidos na tentativa de golpe, mas procura minimizar danos à imagem das Forças Armadas
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, intensificou o diálogo com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso em resposta às revelações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que envolveu diretamente integrantes da cúpula das Forças Armadas em uma trama golpista para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o jornal O Globo, o ministro vem trabalhando em duas frentes: defender a punição para os militares envolvidos ao mesmo tempo em que busca evitar uma exposição que possa prejudicar ainda mais a imagem das Forças Armadas.
“O ideal é que tudo isso passe para que a gente possa separar os culpados dos demais integrantes das instituições”, disse Múcio de acordo com a reportagem. O incômodo gerado pela delação premiada de Mauro Cid levou Múcio a buscar informações sobre as investigações em andamento, especialmente após a implicação do almirante Almir Garnier,comandante da Marinha no governo Bolsonaro. Garnier, segundo Cid, teria manifestado apoio a um possível golpe de Estado durante reuniões que teriam sido convocadas pelo ex-mandatário.
Ainda segundo o periódico, o ministro tem dito a aliados e interlocutores que alguns membros das Forças Armadas podem ter desejado uma ruptura, mas reforça que as instituições não aderiram à ideia golpista. Múcio também tem criticado o vazamento de trechos da delação de Cid,argumentando que a divulgação completa seria mais esclarecedora.
A reportagem destaca, ainda, que integrantes da Polícia Federal ”veem com reservas o desejo da pasta de conhecer os detalhes da investigação e têm desconfianças acerca da disposição dos comandos das Forças para efetivar punições de militares que cometeram irregularidades no governo passado”.
Brasil 247
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