Senado aprova inscrição do nome da líder paraibana Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
O Senado aprovou nesta terça-feira (15), durante sessão especial para homenagear a Marcha das Margaridas, a inscrição do nome da paraibana Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A agricultora e líder sindical tem seu nome homenageado na Marcha das Margaridas, manifestação de mulheres do campo que ocorre a cada 4 anos em Brasília. A matéria segue agora para sanção.
O relator da homenagem, senador Paulo Paim, afirmou que Margarida é uma inspiração: “Sem dúvida oportuna, pertinente a inscrição do nome de Margarida Alves no livro dos heróis e heroínas da pátria, para que mulheres e meninas, em especial da zona rural, possam se reconhecer na história daquela que dizia que nunca fugiria de um bom debate, da luta”.
O livro de Heróis e Heroínas da Pátria foi criado em 1992 e fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes em Brasília.
Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em resposta a sua luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.
O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em abril de 2020, a comissão concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência.
A marcha
A 7ª Marcha das Margaridas começou nesta terça e termina nesta quarta-feira (16), em Brasília. O tema deste ano é “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”. O movimento, que surgiu no ano 2000, reúne mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta em busca de visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.
A marcha é feita a cada quatro anos em agosto, mês da morte da sindicalista e agricultora Margarida Alves, assassinada na frente de sua família em 1983. A estimativa é que a marcha mais recente, em 2019, tenha reunido cerca de 100 mil mulheres em Brasília. O mesmo número é esperado para este ano.
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