Na Paraíba, Polícia Civil localiza 96% das crianças desaparecidas e tem segundo melhor índice do Brasil
O Dia Internacional da Criança Desaparecida é celebrado neste domingo (25). A data é marcada por uma reflexão profunda sobre a dor da ausência e o trabalho incansável de quem busca reverter essa realidade. Na Paraíba, os números mostram que essa luta tem alcançado resultados expressivos: a Polícia Civil da Paraíba apresenta o segundo melhor índice do país em localização de pessoas desaparecidas, com uma taxa de solução de 88%. Quando o recorte é feito apenas para os casos de crianças, o desempenho é ainda mais promissor — 96% das crianças desaparecidas em 2025 foram localizadas, de acordo com as ocorrências registradas até agora.
O levantamento estatístico, que é alimentado a partir das delegacias e atualizado constantemente, revela a importância de um acompanhamento preciso e de ações sistemáticas. A atuação não termina com o registro de desaparecimento: a Polícia Civil realiza um trabalho ativo junto às famílias, ligando e retornando contatos para saber se a pessoa foi localizada e, assim, manter a base de dados atualizada.
O Diretor de Estatística da Polícia Civil da Paraíba, o investigador Gláuber Elias, comentou sobre os números obtidos pela Polícia Civil.
“A fonte dos nossos dados vêm justamente dos registros dos boletins de ocorrência. Nós verificamos, em primeiro lugar, se já existe um adendo ao boletim informando se a pessoa foi localizada ou não. A partir disso, fazemos o levantamento do boletim com as informações preliminares e realizamos a busca ativa por meio do contato com o comunicante. O nosso estado tem o segundo melhor índice de localização de pessoas desaparecidas do Brasil e, quando se trata de crianças, o índice é de quase 100%. Isso é fruto de um trabalho integrado entre as delegacias especializadas em homicídios e o setor de estatística, por meio da busca ativa”, comentou o investigador.
Na Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa de João Pessoa (DCCPES), especializada em investigar casos de desaparecimentos, o trabalho começa assim que o registro da ocorrência é feito — o que pode ser feito em qualquer delegacia do Estado, inclusive de forma imediata, sem a necessidade de esperar 24 horas. A partir do momento em que a denúncia chega, a Polícia Civil dá início a diligências e à articulação com outras forças de segurança e órgãos públicos para localizar a pessoa o mais rápido possível.
Titular da DCCPES, a delegada Luísa Correia Lima orientou a população à se proteger de eventuais desaparecimentos de crianças.
“O registro pode ser feito em qualquer delegacia, inclusive por meio da nossa Delegacia Online. Mas a gente orienta que a população de João Pessoa e região metropolitana procure a DCCPES, aqui na Cidade da Polícia, no bairro do Geisel, que é a unidade responsável por investigar esses casos de desaparecimento. A maioria das ocorrências envolve adolescentes, muitas vezes em processos de rebeldia ou envolvidos em relacionamentos amorosos. Por isso, é importante prestar atenção às mudanças de comportamento dos filhos, para estar sempre atento. Observe com quem seu filho está interagindo em locais públicos e, principalmente, no ambiente virtual. É fundamental que os pais tenham esse controle de perto. Fique atento a pessoas que olham para seu filho de forma diferente ou adotam comportamentos estranhos — tudo isso é importante”, orientou a delegada.
Integração de forças – A delegada Luísa Correia Lima também lembrou da importância da integração das unidades de segurança na localização de desaparecidos. “Temos um protocolo específico para casos de desaparecimento, em que, imediatamente, acionamos as demais forças policiais, como a Polícia Militar, a PRF e também o nosso Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que é uma ferramenta importantíssima na localização de pessoas desaparecidas. Portanto, em casos de desaparecimento, a integração das forças de segurança é fundamental”, explicou a delegada.
Origem da data – O Dia Internacional da Criança Desaparecida foi criado em 25 de maio de 1983, após o desaparecimento do menino Etan Patz, em Nova York, que nunca mais foi encontrado. O caso teve ampla repercussão e mobilizou a sociedade americana, levando à criação da data como forma de homenagear crianças desaparecidas e alertar sobre o problema. Desde então, o dia 25 de maio passou a ser lembrado em diversos países como símbolo da esperança de reencontro e do compromisso com a proteção da infância.
Ascom Polícia Civil