Desaparecidos: maioria dos boletins na PB é registrada por mães, revela levantamento
Entre janeiro e abril de 2025, 86 mães registram desaparecimento de filhos na Paraíba; 88% dos casos são resolvidos
Dos 281 registros de pessoas desaparecidas na Paraíba, 86 foram comunicados pela mãe da pessoa procurada. Os dados são referentes ao período de janeiro a abril de 2025. Do total de desaparecidos nesse quadrimestre, a Polícia Civil contabiliza 248 pessoas já encontradas, o que significa 88% de localizações. De acordo com levantamento do Ministério da Justiça, a Paraíba tem o melhor percentual de elucidação de desaparecimento de pessoas do Norte/Nordeste e ocupa a quarta melhor colocação no ranking nacional.
Depois da mãe, o pai da pessoa desaparecida aparece em segundo lugar na condição de comunicante, com 33 registros de ocorrência formalizados na Polícia Civil entre janeiro e abril deste ano. Em seguida, vêm o conjunge (32 comunicações), irmã (24), parentesco não informado (20), filha (16), irmão (14) e filho (12). Outros atores, como tio, avó, sobrinha, cunhado, entre outros, também constam nos estudos realizados pela Diretoria de Estatística da Delegacia-Geral.
O delegado-geral da PCPB, André Rabelo, disse que, além de se empenhar na busca pelas pessoas desaparecidas, a Polícia Civil vem alimentando um banco de dados sobre a temática com o máximo de informações possível. O objetivo é conhecer as raízes dos problemas que possam resultar no desaparecimento dessas pessoas, contribuindo, assim, para a adoção de políticas públicas que possam diminuir a incidência desse tipo de ocorrência.
“A Delegacia-Geral, por meio de sua Diretoria de Estatística, está fazendo um verdadeiro ‘raio x’ da questão: os municípios onde os casos são registrados; a classificação de pessoas desaparecidas por gênero e idade; os dias da semana em que os casos ocorrem; as possíveis motivações para o desaparecimento dessas pessoas; o grau de parentesco de quem faz o registro do Boletim de Ocorrência; enfim. Um leque de informações bem detalhadas, de modo que possamos montar o cenário mais real possível do problema”, explicou André Rabelo.
Abrangência estadual
Em alguns estados, existem delegacias especializadas em busca por pessoas desaparecidas. Como a situação da Paraíba acerca do assunto é considerada sob controle, a PCPB decidiu manter a responsabilidade desse tipo de investigação para as delegacias e/ou núcleos de Homicídio, nos municípios que dispõem dessas unidades. No caso da inexistência dessas equipes, as investigações ficam a cargo da Delegacia Seccional da área onde houver o registro de desaparecimento.
“Além disso, temos o que chamamos de busca ativa realizada pela própria Diretoria de Estatística, em que uma equipe da unidade faz consultas diárias para localizar o paradeiro dessas pessoas informadas como desaparecidas. Ou seja, em toda as regiões da Paraíba, a Polícia Civil está fortemente empenhada na execução desse trabalho”, concluiu Rabelo.
Redação