Número de mortes por intervenção policial aumenta na Paraíba
A morte de cinco jovens no último domingo (16/02), após troca de tiros com policiais em João Pessoa, traduz uma realidade preocupante. Em 10 anos, o número de mortes por intervenção policial aumentou em 300% na Paraíba.
Em 2015, a Paraíba já registrou 14 mortes por intervenção policial, conforme dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os números mostram que, em 10 anos, o aumento foi de 300%, atingindo 56 mortes por intervenção policial em 2024.
Apesar de preocupante, o número é 24% menor do que o registrado em 2023, quando ocorreram 74 assassinatos decorrentes de alguma ação policial. Na última década, esse foi o ano mais violento em relação às mortes por intervenção policial.
Nos últimos dez anos, 403 mortes por intervenção policial foram registradas na Paraíba, sendo 398 homens e 5 mulheres. O máximo ocorrido em um único mês foi em fevereiro de 2023, quando 11 pessoas foram vítimas. Em 2024, o mês com mais mortes por intervenção policial foi o de fevereiro, com 9 registros.
Em nível de Nordeste, a Paraíba fica bem posicionada. Em 2024, o estado é o segundo que menos mata em intervenções policiais, ficando a frente apenas do Piauí. O estado da Bahia segue no topo do ranking com larga distância: no ano passado, foram registradas 1.557 mortes por intervenção policial.
Uma ação policial terminou com cinco mortos no último final de semana no bairro de Valentina, em João Pessoa. O caso foi registrado pela Força Tática do 5º Batalhão da Polícia Militar. A Polícia Civil só foi informada do ocorrido posteriormente.
Segundo a PM, as mortes aconteceram em um confronto. O grupo se uniu para vingar a morte da mãe de um deles, ocorrida horas antes no Conde.
A PM alega que os homens estavam em dois carros e desobedeceram a ordem de parada das viaturas. Houve tiros e os cinco homens foram baleados. Eles foram levados para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas já chegaram mortos ao local.
Moradores da comunidade realizaram um protesto ontem, segunda-feira (17/02), contra a ação dos policiais.
Redação