CRM determina interdição cautelar e afasta pediatra Fernando Cunha Lima das funções médicas

O médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, de 81 anos, foi suspenso de exercer a medicina por 180 dias após decisão unânime do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), tomada nessa sexta-feira (16). O pediatra, com mais de cinco décadas de atuação em João Pessoa, enfrenta acusações graves de abuso sexual contra várias crianças atendidas por ele, além de familiares.

O caso ganhou repercussão no início do mês, quando uma mãe denunciou um episódio ocorrido em julho, no qual afirmou ter flagrado o médico tocando as partes íntimas de sua filha de 9 anos durante uma consulta. A denúncia foi encaminhada à Polícia Civil, e o caso corria sob sigilo até que, dias depois, outra acusação veio à tona, desta vez feita por Gabriela Cunha Lima, sobrinha do médico. Gabriela, hoje com 42 anos, revelou ter sido abusada por Fernando Cunha Lima quando tinha 9 anos. O abuso teria ocorrido durante férias na casa do tio.

Essas revelações impulsionaram outras mães e vítimas a procurarem a delegacia para denunciar situações semelhantes. Fernando Cunha Lima, que até então mantinha um histórico profissional de décadas sem incidentes públicos, cessou os atendimentos em seu consultório após o surgimento das denúncias, alegando inocência através de sua defesa.

A interdição médica imposta pelo CRM-PB tem caráter cautelar e é válida por 180 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período. Durante esse intervalo, o processo ético-profissional deve ser concluído, com a análise das provas e depoimentos das partes envolvidas. A decisão do CRM ainda precisa ser confirmada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mas até lá, Fernando Cunha Lima está impedido de atender pacientes.

O CRM-PB aguarda os desdobramentos das investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, além dos laudos periciais, para determinar se o médico será definitivamente punido ou não.

PB Agora

Redação

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