Equatorianos decidem entre retorno a políticas sociais e promessas para jovens em eleição presidencial

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QUITO (Reuters) – Os eleitores do Equador vão às urnas no domingo para escolher entre um candidato presidencial que promete melhorar as perspectivas para os jovens e outra que promete um retorno aos programas sociais de esquerda.

O herdeiro da indústria de bananas Daniel Noboa, de 35 anos, tem liderado as pesquisas de opinião mais recentes, embora pelo menos dois levantamentos coloquem a diferença entre ele e a rival Luisa González, uma protegida do ex-presidente Rafael Correa, dentro da margem de erro.

A campanha tem sido marcada pela violência, incluindo o assassinato do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio. Sete suspeitos desse caso também foram mortos posteriormente.

González, de 45 anos, que liderou o primeiro turno com 34% dos votos, disse que trará de volta os gastos sociais populares que caracterizaram a década de Correa no poder, incluindo medicamentos gratuitos, maior proteção aos trabalhadores e ajuda direta aos necessitados. Ela também se comprometeu a usar 2,5 bilhões de dólares das reservas internacionais do país para fortalecer a economia.

Noboa foi uma surpresa no primeiro turno. Ele é filho do multimilionário Álvaro Noboa, magnata do setor de bananas que se candidatou várias vezes à Presidência sem sucesso. Ele formou seu próprio partido e prometeu atrair investimentos estrangeiros e criar empregos, principalmente para os jovens.

“Em contraste com outras eleições que foram dominadas por promessas demagógicas, nesta eleição os eleitores indecisos — jovens — estão tentando entender qual dos dois (candidatos) será capaz de resolver suas preocupações pessoais”, disse Francis Romero, da empresa Click Research.

Cerca de um quarto dos 13 milhões de equatorianos obrigados a votar têm entre 18 e 29 anos de idade.

Um grande número de eleitores permanece indeciso, disse Romero.

Ambos os candidatos têm tentado atrair os jovens com promessas de empregos, educação gratuita e benefícios econômicos, visitando universidades nos últimos dias da campanha.

“O que se espera de qualquer um dos candidatos é que eles melhorem o país… que pensem nos jovens, queremos empregos com dignidade”, disse o estudante David Vilana, de 21 anos, em um bairro de classe trabalhadora no sul de Quito, recusando-se a dizer quem apoiará.

Enquanto isso, a economia — que deverá crescer apenas 0,8% em 2024, de acordo com as estimativas do banco central — é uma das principais preocupações dos eleitores.

O Equador é o maior exportador de bananas do mundo e a fruta está entre as exportações atingidas pelo tráfico de drogas, pois os contrabandistas escondem narcóticos em contêineres de transporte.

O vencedor da disputa governará de dezembro deste ano até maio de 2025.

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