Demétrius Faustino e Irapuan Sobral lançam álbum em João Pessoa nesta quinta-feira
Os compositores Demétrius Faustino e Irapuan Sobral lançam na próxima quinta-feira (14) o álbum Jatobá durante o show Estrelas da Paraíba no Bessa Grill com início às 20h. O evento está sendo muito esperado, especialmente, pelos fãs de músicas de épocas e com apelo telúrico.
Demétrius é o cantor e compartilha a melodia, com Irapuan, na elaboração das música. Irapuan é o letrista. Eles são conterrâneos e contemporâneos, oriundos de Jatobá (São José de Piranhas), no sertão da Paraíba. Costumam dizer que são um feliz desencontro marcado pelo destino. Até porque têm um ancestral em comum e gostos diferentes que se completam.
O álbum foi construído ao longo dos últimos anos; um pouco antes da pandemia, quando Demetrinho musicou um poema de Irapuan e eles resolveram tocar, literalmente, um projeto maior. Essa primeira composição dá nome ao show: Estrelas da Paraíba. Da letra se pode ver o ufanismo de amor: “Vá, ó Lua, lá no mar da Paraíba, beber estrelas para iluminar o céu.”
Daí seguiram outras, que se marcavam com com toques, acompanhados de talheres batendo em pratos, em mesas de algum barzinho.
De tal forma eles se entenderam, que, contam, quando da morte de Monarco, Demetrinho ligou pra Irapuan, comentando o fato e propôs uma música em homenagem ao bamba da Portela (escola do coração de Irapuan, que é vascaíno), mesmo que Demetrinho seja fanático pela Mangueira (e pelo Flamengo). Irapuan mandou o poema (letra) e alguns minutos depois Demetrinho devolveu uma beleza de samba, que é uma das musica de trabalho do álbum.
O nome Jatobá tem, para ambos, um significado, que sublima a paixão comum pelo lugar onde nasceram: a São José de Piranhas, no alto sertão, berço do Rio Piranhas, que passa por lá ainda bebê. Eles não esquecem as façanhas da cidade e nem se separam das rodas do lugar, onde quer que estejam. Daí as músicas Jatobá, Imensidão (um belo maracatu cearense), Jatobá, bá, bar da esquina (um coco) e Piranhas ao mar (um forró gostoso de se ouvir e dançar).
A proposta ao todo é de um álbum de fotografias sonoras, que deve ser ouvido como quem passa páginas de um álbum de fotografias comentando cada imagem. Aliás, ouvir as musicas com ambos relatando como chegaram nas letras e nas melodias, com ‘uma bebida por perto’, é de uma graça angelical: um néctar.
Eles dizem que saíram homenageando seu ídolos e, até, os ídolos dos seus ancestrais. Daí, é possível encontrar algo de Chico Alves, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Roberto Carlos, Elis Regina, Clara Nunes, Chico Buarque, Caetano, Paulino da Viola, Belchior, Raul Seixas, Jerry Adriani, Bob Dylan. E tudo isso fecha num frevo ao melhor estilo de Capiba.
É impossível sair de uma audição do disco sem um forte impacto emocional: há quem chore, mas o comum é dançar com a memória.
Dos arranjos e da direção musical do álbum (e do show) ficou encarregado o Maestro Eduardo de Araujo, em cujo estúdio (Sabiá), em João Pessoa, houve toda a produção. Eduardo se esmerou na produção, que resultou em um trabalho a ser registrado na história da música brasileira.
Eduardo, além de ser um multiinstrumentista que domina, sem falta, os teclados e a tecnologia de ponta, conseguiu juntar o melhor à instrumentalização do álbum – e para o show. Lá estão (e estarão): Beto Preá, um às da bateria; Teinha, o melhor nos sopros (clarinete e sax); Azeitona, um show à parte no Trombone, que faz companhia ao trompete do virtuoso Fernando; Segundo, um violão que já nasce com a marca de casa, pois é o filho de Demetrinho; Rômulo, que marca o compasso no Baixo; Eduardo Brito, que fixará os rifes à guitarra; a percussão de Renato, que domina o ambiente; e os vocais de Lula e Kalina, que fazem apoio à voz de Demeterius.
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