Coordenador do Gaeco apela à população para denunciar crimes e diz que corrupção vem crescendo: “Cada dia mais difícil de combater”

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), o procurador Octávio Paulo Neto, falou sobre a uma nova operação voltada para o combate à corrupção na cidade de Alhandra, localizada no Litoral Sul do estado, realizada nesta quinta-feira (10). O procurador lamentou a repetição desses eventos e destacou que o número de operações realizadas na cidade já é incalculável.

“Infelizmente é mais uma operação em Alhandra, já perdi as contas de quantas operações fizemos no município. Isso demonstra que essas práticas lesivas ao patrimônio público não deixaram de existir, elas estão se massificando”, declarou em entrevista a rádio Arapuan FM.

Octávio Paulo Neto enfatizou que, apesar dos esforços das autoridades, a prática da corrupção persiste como uma constante e está se tornando cada vez mais intricada, evidenciando a complexidade dessa prática criminosa, o que torna a missão de enfrentá-la cada vez mais desafiadora.

“Os instrumentos postos aos órgãos de percepção estão fragilizados. Cada dia que passa fica mais difícil combater a corrupção neste país. É uma prática que não acabou e vem recrudescendo, e se tornando mais opaca. (…) Tem sido muito complexo, muito difícil prover a justiça mediante os instrumentos que estão sendo postos à disposição. Tem sido complicado esse combate. Mas, nós no Ministério Público, junto com as polícias Civil, Militar e Federal não vamos subtrair nossas obrigações”, disse.

O procurador ainda conclamou a população para realizar o seu dever de fiscalizar, e fez um pedido de ajuda aos cidadãos para que denunciem os crimes de corrupção aos órgãos públicos, com intuito de se realizar mais ações preventivas e repressivas contras as práticas criminosas.

“Há a necessidade de a população tomar consciência e começar a se contrapor e se informar de como as coisas e negócios públicos estão sendo gestados. Só por meio do exercício consciente da cidadania é que vamos conseguir minorar a prática da corrupção”, concluiu.

A operação, intitulada “FUEL FRAUD”, contou com uma força-tarefa composta pela Polícia Civil da Paraíba, a Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/PB) do Ministério Público. No total, foram cumpridos quatro mandados judiciais de busca e apreensão na cidade de Alhandra, com o propósito de obter novas evidências relacionadas ao desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e outras práticas ilícitas atribuídas a um grupo criminoso que atuava no âmbito da Prefeitura Municipal de Alhandra entre os anos de 2021 e 2023.

O Gaeco iniciou três Inquéritos Policiais para investigar irregularidades em manutenções e abastecimentos de veículos oficiais da Prefeitura de Alhandra. As investigações revelaram pagamentos por manutenções de veículos que não foram realizadas e abastecimentos de combustíveis para veículos que foram leiloados, indicando a continuidade de registros mesmo após a venda desses veículos.

A operação mobilizou um total de 43 servidores da Segurança Pública, incluindo 22 integrantes do Gaeco/PB e 21 policiais civis, para o cumprimento dos mandados judiciais.

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Cristiane Cavalcante

Cristiane Cavalcante