Arábia Saudita sedia cúpula para discutir plano de paz da Ucrânia no fim de semana, sem presença da Rússia
A Arábia Saudita vai sediar neste final de semana uma reunião de cúpula com líderes e autoridades de relações exteriores de mais de 30 países para discutir um plano de paz elaborado pela Ucrânia para tentar colocar fim à guerra, iniciada em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o país. O Basil foi convidado, mas o assessor internacional da Presidência, o ex-chanceler Celso Amorim, confirmou na quinta-feira (3) que acompanhará o encontro marcado para a capital Jeddah apenas por videoconferência.
A proposta batizada de “Fórmula da Paz” pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já foi discutida anteriormente em Copenhague em junho e tem 10 pontos considerados essenciais pelo líder do país, iniciado pela retiradas das tropas russa de seu território. Mas amorim disse ontem que as negociações não podem “deixar de fora as preocupações de segurança da Rússia”.
A ausência de convite à Rússia para o encontro já havia sido apontada pelo governo do México, comandando por Andrés Manuel López Obrador, como justificativa para não comparecer à cúpula. A China também não deve mandar representante oficial ao encontro, o que aponta para uma visão similar do chamado Sul Global.
Enquanto isso, Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, escreveu aos ministros do G20 pedindo que ajudem Bruxelas a persuadir Vladimir Putin a reabrir a principal rota de exportação de grãos da Ucrânia para países da África e do Oriente Médio.
Na quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, voltou a subir o tom sobre o tema e, ao afirmar que a Rússia deve parar de usar o Mar Negro e os grãos da Ucrânia como “chantagem”, tratando as pessoas famintas e vulneráveis do mundo como alavanca em sua “guerra inescrupulosa”.
Embora o principal diplomata dos Estados Unidos tenha admitido a possibilidade de o Ocidente levantar sanções às exportações de grãos russos como forma de voltar a negociar um acordo, um porta-voz do Kremlin disse que precisa antes ver ações concretas e não apenas promessas.
Ele citou o fechamento de um oleoduto de amônia para o porto de Odesa e o veto ao banco agrícola da Rússia do sistema de pagamento Swift como empecilhos para o retorno das negociações.
As hostilidades continuaram no Mar Negro nesta sexta-feira (4). O Ministério da Defesa da Rússia informou que drones ucranianos atacaram uma base da marinha russa perto do porto de Novorossiysk, um importante centro para as exportações russas. Embora tenha sido informado que o ataque fracassou, a Ucrânia divulgou imagens de um navio militar que teria sido colocado fora de ação por um drone marítimo.
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