Ministro conversa com sauditas para dobrar participação de ferrovias em exportações até 2035
O ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho (MDB), defendeu, nesta segunda-feira (31), a retomada de investimentos para a construção de ferrovias ‒ modal que, segundo ele, ajudaria no escoamento da produção e garantiria mais eficiência às exportações brasileiras, especialmente aquelas localizadas em áreas centrais do país.
O político participou do evento “Welcome Saudi Arabia”, promovido pela XP Investimentos, que recebeu mais de 300 executivos e gestores brasileiros e sauditas. Ele fez pronunciamento logo após discurso do ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih.
Durante sua fala, Renan Filho disse que o objetivo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é ampliar o volume exportado pelo modo ferroviário de 17% para 40% até 2035 e aumentar a participação dos grãos nesta conta ‒ atualmente dominada pelos minérios.
Para que seja possível atingir tal objetivo, o ministro destacou a importância de se conciliar investimentos públicos e privados, sejam eles domésticos mas sobretudo externos. “Isso vai ser uma mudança considerável e que precisa de um volume de investimentos também significativo”, disse.
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No painel, o ministro fez acenos aos representantes da delegação saudita, indicando que uma relação de maior proximidade poderia trazer resultados favoráveis para os dois países. Do lado brasileiro, garantir a superação de gargalos de infraestrutura em um prazo mais curto. Do lado saudita, oferecer um novo parceiro comercial que ajude na garantia da segurança alimentar de sua população.
“Verifico nessa relação com a Arábia Saudita uma possibilidade de fortalecer outros investimentos diretos por uma própria companhia ou mesmo fortalecer ainda mais o comércio entre nós, o que certamente ajuda a colocar em pé os investimentos em infraestrutura”, pontuou.
Em seu discurso, Renan Filho também defendeu a importância de o Brasil conectar os principais portos do país a uma rede ferroviária, de modo a criar um ambiente de competição entre os portos nacionais e especializar alguns deles, como o de Santos, na exportação de produtos com maior valor agregado.
“Buscar uma área que possa facilitar o comércio diretamente entre países e o Brasil é uma demanda de vários países. E temos alguma dificuldade pela falta de conexão dos nossos portos principais principalmente pelo modo ferroviário”, disse.
“Também precisamos evoluir em rodovias. Não há um modo único capaz de dar solução a tudo”, ponderou.
No evento, o ministro também destacou o que entende ser um ambiente econômico mais favorável no país ao longo dos últimos seis meses. Ele mencionou a ancoragem de expectativas a partir da aprovação de medidas como o novo arcabouço fiscal pelo Congresso Nacional, além de resultados da balança comercial e a geração de mais de 1 milhão de postos de trabalho.
E defendeu uma queda na taxa básica de juros do país (a Selic, atualmente fixada em 13,75% ao ano). “Eu sou daqueles que dizem no governo que a taxa de juros precisa cair, para que o Brasil possa investir mais, sobretudo o setor produtivo investir mais”, declarou.
“Ela tem que cair no tempo adequado. Não adianta cair e haver soluços inflacionários. Acredito que agora estamos prontos para isso e, com a queda da taxa de juros, vamos verificar mais investimentos doméstico e mais atratividade para o investimento internacional”, emendou.
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