Exposição com fotos de mulheres negras é vandalizada em Niterói

Uma  exposição que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi vandalizada em Niterói (RJ), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RJ) – 23 registros da fotógrafa Lilo Oliveira foram arrancados ou rasgados. As fotos da estão nas colunas de prédios na Avenida Amaral Peixoto, uma das principais vias da cidade. A polícia abriu um inquérito para investigar crime de racismo na destruição das fotos.

“É triste, é revoltante, é frustrante. É principalmente um ataque as histórias de 23 mulheres que ali estão retratadas. Para chegar no resultado que vemos na exposição foi necessário um processo de muita escuta e empatia com cada vivência, com cada história”, lamenta Lilo. “Não sei se todas já ficaram sabendo, mas eu acredito que o sentimento de revolta e tristeza seja algo compartilhado por todas, assim como o de serem resistência”. O relato foi publicado no portal G1.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) fez um inquérito de racismo. De acordo com a delegada Rita Salim, titular da Decradi, representantes da prefeitura foram ouvidos e apresentaram filmagens. “Requisitamos imagens de estabelecimentos próximos a fim de identificar a autoria desse crime lamentável”.

A advogada Nadine Borges, secretária de Direitos Humanos e Cidadania da cidade, esteve na Decradi para registrar o caso. “A exposição foi lançada na terça, feita em um lugar que já teve uma exposição, inclusive de uma vereadora, que permaneceu lá por mais de dois anos e não teve nada. Em substituição à exposição antiga, colocamos essa mostra, e hoje pela manhã foram arrancados cinco cartazes e não deixaram resquícios no chão. Ao que tudo indica trata-se de um crime de racismo. A Prefeitura de Niterói vai dispor elementos necessários para que o suspeito seja identificado. É muito absurdo. Ao que tudo indica, foi um crime de racismo”, disse.

Fernanda Sixel, coordenadora da Coordenadoria Políticas e Direitos da Mulher, informou que as fotos arrancadas serão repostas até sábado (29). “Essa exposição foi planejada dentro da agenda de comemorações do Julho das Pretas e foi lançada no dia 25. Foi muito representativo as nossas 23 modelos com a exposição da fotógrafa Lilo Oliveira – com um olhar de sensibilidade – mostrando a mulher negra na sua essência. Foi uma construção com os movimentos. A presença delas representa a mulher negra de Niterói”.

Brasil 247

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Juliana Terra

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