No caso de Margarete Coelho, cotada para a presidência da Caixa, ela tem proximidade tanto com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quanto com o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), que tem declarado oposição aberta ao governo Lula. Coelho foi vice-governadora do Piauí e é atualmente a diretora de Administração e Finanças do Sebrae.
Inicialmente, a legenda havia apresentado o nome de Gilberto Occhi, que foi ministro nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer e já foi presidente do banco; no entanto, Margarete Coelho ganhou fôlego nas últimas semanas, impulsionada pela orientação de Lula. Caso confirmada a indicação pelo partido, ela deve ocupar o lugar de Rita Serrano no comando da instituição.
Já para a Funasa, um nome forte é o da atual superintendente da fundação na Paraíba, Virgínia Velloso. Ela é a mãe do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). Além disso, atuou nas articulações no Congresso para a recriação da Funasa e tem a simpatia de servidores da fundação. A entidade havia sido extinta pelo presidente Lula por meio de uma medida provisória.
Atualmente, a Funasa é comandada interinamente pelo economista Alexandre Motta, que foi nomeado para o cargo no último dia 20 de julho.
Cota feminina em risco
Após a confirmação da demissão de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo, que foi substituída por Celso Sabino, ainda há especulações sobre a ameaça aos cargos de outras ministras.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que comanda um dos maiores orçamentos da Esplanada, entrou na mira do centrão. No entanto, o presidente Lula afirmou mais de uma vez que não abre mão da pasta. As vagas de Ana Moser, ministra do Esporte, e de Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia, também foram alvo de especulação.
Na segunda-feira (24), Luciana Santos afirmou que trabalha “tranquilamente” e que não foi procurada pelo presidente Lula para falar de possíveis trocas no comando da pasta. “A questão da política é o presidente que está cuidando, e, no momento, nem o presidente nem outro interlocutor do governo tem conversado comigo sobre esse assunto”, disse.
Relação do governo com o centrão
O governo tem tentado se aproximar do centrão após a pressão dos partidos, que cobram cargos na Esplanada dos Ministérios e agilidade na liberação de emendas. Mais cedo, em uma live do programa Conversa com o Presidente, Lula afirmou que vê como “normal” o fato de que partidos do grupo queiram participar do governo, já que há entrega de votos em matérias governistas consideradas importantes, como o novo marco fiscal e a reforma tributária.
Lula também admitiu que devem ocorrer mudanças nos ministérios nas próximas semanas, mas criticou especulações e ressaltou que ele vai decidir quais cargos negociar. Há a expectativa de que o presidente se reúna com Arthur Lira nas próximas semanas para tratar da reforma ministerial.
“É assim que a gente conversa, e é normal que esses partidos, que quiseram apoiar a gente, eles queiram participar do governo. Aí você tenta arrumar um lugar para colocar, para dar tranquilidade ao governo para as votações de que nós precisamos para melhor aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer”, afirmou o presidente.