Hospital faz hemodiálise pela metade em pacientes do SUS em Campina Grande e alega ‘subfinanciamento’
Prefeitura de Campina Grande disse que realizou todos os repasses necessários para o serviço da hemodiálise. Ministério Público da Paraíba recomendou continuidade do serviço. Centro de Hemodiálise no Hospital Antônio Targino Reprodução/TV Cabo Branco O Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, diminuiu pela metade o tempo de hemodiálise para os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através de uma parceria firmada com a prefeitura da cidade. A unidade de saúde particular alega "subfinanciamento" pela prestação do serviço. Ao todo, 170 pacientes fazem hemodiálise pelo SUS no hospital. De acordo com pacientes entrevistados pela TV Paraíba, o tempo da hemodiálise que costuma durar até 4 horas diárias foi cortado pela metade após a decisão do hospital. Pessoas que precisam fazer hemodiálise precisam filtrar o sangue durante 12 horas semanalmente, com ajuda de aparelhos. Pacientes reclamam de tempo de hemodiálise no Hospital Antônio Targino, em Campina Grande O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recomendou, nesta terça-feira (18), que o hospital não suspenda totalmente o serviço de hemodiálise para os pacientes que necessitam. A recomendação diz que a medida só pode ser adotada caso exista a garantia de transferência dos pacientes para outro serviço de saúde na cidade. Segundo o MPPB, no serviço de hemodiálise há mais de 150 pacientes renais em tratamento, que só pode ser interrompido após realização de transplante renal. O hospital privado firmou contrato com a Prefeitura de Campina Grande para o cumprimento de outros serviços além da hemodiálise, através do SUS, como nas áreas de neurocirurgia, ortopedia e UTI. Pacientes tiveram cortada pela metade a sessão que é responsável por filtrar o sangue na hemodiálise Reprodução/TV Cabo Branco Em nota, a prefeitura de Campina Grande repudiou a forma como o hospital fez a diminuição dos serviços e ressaltou que o repasse financeiro para o funcionamento da hemodiálise está sendo feito, além de dizer que não existiu um aviso prévio por parte do hospital antes da suspensão dos serviços. Ainda na nota, a prefeitura afirmou que no último dia 25 de junho repassou mais de R$ 461 mil provenientes do Ministério da Saúde para os seviços da hemodiálise e ainda frisou que somente neste ano cerca de R$ 2,7 milhões já foram repassados à unidade. O documento com as recomendações do MPPB foi entregue ao diretor do hospital, José Targino, e ele deve informar dentro de um prazo de 48 horas as providências adotadas para o restabelecimento do serviço. Medidas administrativas e jurídicas podem ser tomadas caso a recomendação não seja atendida. O g1 entrou em contato com o hospital, que informou que na quarta-feira (18), às 10h, vai ocorrer uma reunião entre as partes para que possa haver um entendimento. O hospital também frisou que existe um "subfinanciamento" e não uma falta de repasse do dinheiro pela prefeitura, que ocasiona em uma escassez de insumos para todos que necessitam do serviço. Por isso, foi necessária a diminuição do tempo da hemodiálise pela metade, para que fosse possível atender todos os pacientes que procuram a unidade. Máquina responsável pela hemodiálise dos pacientes Reprodução/TV Cabo BrancoVídeos mais assistidos do g1 Paraíba