Justiça Federal determina novo leilão dos bens ligados à Braiscompany
Serão leiloados três veículos de luxo e duas motos aquáticas. Sede da Braiscompany, em Campina Grande Ewerton Correia/TV Paraíba A Justiça Federal determinou que os bens apreendidos na investigação do caso Braiscompany, empresa paraibana suspeita de crimes contra o sistema financeiro, devem ser leiloados mais uma vez. O primeiro leilão, realizado de 28 de junho a 6 de julho, não registrou interessados. A decisão do juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal, foi publicada nesta segunda-feira (10). Na relação de bens leiloados estão três veículos de luxo e duas motos aquáticas. Caso não apareçam compradores, um segundo momento do leilão ocorrerá até o dia 17 de agosto. O novo leilão será realizado no dia 10 de agosto, às 9h. Os bens que já foram objeto do primeiro leilão “poderão ser arrematados por preço não inferior a 80% do valor da avaliação”. Já uma das motos aquáticas, avaliada em R$ 95 mil, que ainda não havia sido incluída no leilão, poderá ser arrematada pelo preço da avaliação. Confira os bens leiloados Porsche Cayenne Phev De Cor Azul, Ano 2021/2022 – R$ 745.000,00 Porche apreendida em operação contra a Braiscompany vai a leilão Reprodução/JFPB Evoque Pure P5d – R$ 120.000,00 Land Rover apreendida em operação da PF contra a Braiscompany Reprodução Ram 2500 Laramie – R$ 420.000,00 Dodge Ram disponível no leilão da Braiscompany Receita Federal/Divulgação Embarcação motoaquática, modelo GTI SE 155 – R$ 70.000,00 Embarcação motoaquática, Jet Ski Seadoo 170 GTI SE – R$ 95.000,00 Como participar do leilão Segundo a decisão, pessoas físicas e jurídicas com situação regularmente constituídas podem concorrer à compra dos bens leiloados. Ainda conforme a Justiça, os leilões devem acontecer virtualmente. Para participar, é preciso se cadastrar no site do leilão com pelo menos 72 horas de antecedência. Servidores do setor de leilões da 4ª Vara Federal de Campina Grande, junto com o leiloeiro público oficial, estarão disponíveis para esclarecer dúvidas dos interessados. Caso Braiscompany A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba. Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram "alugados" para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela "locação" dessas criptomoedas. Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Neto Ais, e Fabricia Ais, fundadores da Braiscompany Reprodução/Braiscompany Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos. No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, mas os sócios não foram encontrados. O nome da operação, Halving, é em alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado. Em abril deste ano, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma nova operação da Polícia Federal contra a Braiscompany. As ações da PF acontecem em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e na cidade de São Paulo. De acordo com a PF, a operação, batizada de Select, é um desdobramento da operação Halving, que aconteceu em fevereiro. O objetivo da ação desta terça-feira é apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. O nome da operação é alusivo ao grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa, entre as vítimas do suposto esquema. Em Campina Grande, as buscas foram nos bairros do Jardim Paulistano, no Centro e em um condomínio de luxo. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba