Conheça o que é mito e o que é verdade sobre a endometriose
Médica ginecologista Yole Minervino esclarece as principais dúvidas sobre a doença Apesar da quantidade considerável de casos no Brasil, ainda há muita desinformação em relação à endometriose. Foto: Freepik Uma em cada dez mulheres no Brasil tem endometriose, segundo o Ministério da Saúde. Apesar disso, essa ainda é uma condição pouco conhecida da maioria da população, o que gera diagnósticos tardios ou mesmo pacientes que sofrem a vida toda com os sintomas e nunca chegam a descobrir a causa. A especialista em endometriose Yole Minervino explica que a doença é inflamatória e hormônio dependente, ou seja, está diretamente ligada à variação hormonal vivida pela mulher durante os ciclos menstruais. “O tecido endometrial que reveste o útero cresce em outras áreas do corpo e, por isso, causa fortes dores na mulher, sangramentos menstruais mais intensos e, em casos mais graves, até mesmo a infertilidade”, esclarece. A médica pontua que, apesar da quantidade considerável de casos no Brasil, ainda há muita desinformação em relação à doença. Para esclarecer algumas dessas dúvidas mais comuns, a ginecologista elencou oito mitos e verdades sobre a endometriose. 1. Endometriose não tem cura Verdade. A endometriose é uma doença crônica e ainda não tem cura, o que significa que ela vai acompanhar a mulher durante toda a vida até a menopausa. Nesse período, a diminuição na produção dos hormônios femininos tende a causar uma diminuição natural dos sintomas. Porém, existem tratamentos que permitem à paciente conviver com a doença tendo qualidade de vida. 2. Quem tem endometriose vai ficar infértil Mito. Apesar da doença ser a principal causa de infertilidade feminina no Brasil, nem todas as mulheres ficam impossibilitadas de engravidar por terem endometriose. Não desista de ser mãe se você tem esse sonho! Existem diversos protocolos para controle da inflamação e para a melhora da quantidade dos óvulos. “Através do efeito anti-inflamatório e antioxidante, conseguimos a maturação dos oócitos e formação dos embriões de melhor qualidade em muitos casos”, explica a cirurgiã. 3. A endometriose pode atingir vários órgãos Verdade. A doença é caracterizada pelo crescimento do endométrio, o tecido que reveste o útero, em outras áreas do corpo. Ela acontece com mais frequência na cavidade pélvica, mas também pode atingir órgãos das cavidades abdominal e torácica. “É bem mais comum que a endometriose comprometa os ovários, trompas, a bexiga ou intestino, mas, em casos mais graves, pode chegar ao fígado e pulmões. Porém não há motivo para pânico, porque esses casos costumam ser raros”, esclarece Yole. 4. Endometriose tem prevenção Mito. Infelizmente, ainda não se sabe a causa da doença, por isso não existem meios de prevenção. Porém, a informação sobre o tema é de máxima importância porque, quanto antes acontece o diagnóstico, mais cedo pode-se agir no tratamento para evitar o avanço da doença. 5. A endometriose é uma doença sexualmente transmissível Mito. “Esse tipo de mito prejudica as pacientes, que muitas vezes já convivem com dores físicas e emocionais. É importante frisar que ainda não se sabe a causa da endometriose, mas podemos afirmar com segurança que ela não é transmitida através da relação sexual. É fundamental procurar orientação de um especialista de sua confiança sempre que tiver qualquer dúvida”, alerta a Dra. Yole. 6. Dor ao urinar ou evacuar pode ser sintoma de endometriose Verdade. Yole Minervino alerta que dores fortes e constantes para fazer xixi, menstruar, ter relação sexual ou até mesmo para fazer cocô devem ser investigadas porque podem sim ser sintomas de endometriose. “O nosso objetivo é tratar, aliviar e até eliminar a dor associada à doença, mas antes é necessário entender qual tipo de dor você sente, a região e a intensidade. Por isso, não conviva com a dor! Busque um especialista”, recomenda. 7. O tratamento da endometriose requer cirurgia Mito. Em casos mais graves e avançados, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, mas para muitas mulheres ela não é necessária. A cirurgiã observa que os pilares do tratamento são atividade física, dieta anti-inflamatória, controle do sono e do estresse, suplementação com, por exemplo, Coq-10, cúrcuma, alfa lipoico, Nac e outros, além de terapia hormonal para algumas pacientes indicadas pelo especialista. 8. Quando a endometriose atinge os ovários é preciso retirá-los cirurgicamente Mito. A presença da endometriose nos ovários não é uma sentença para a perda deles. Na grande maioria das vezes é possível retirar o endometrioma preservando o ovário. “Porém, é importante esclarecer que a cirurgia vai diminuir a sua reserva ovariana, que é a quantidade de folículos que contêm os óvulos”, esclarece a médica. Endor – Endometriose e Dor Crônica Para os interessados, mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (83) 99616-7441 / 9400-3535 ou pelo perfil no Instagram @dra.yole.minervino. Yole Maria Cavalcanti Montenegro Minervino - CRM-PB 7599