Relatório aponta queda de 41% da audiência de empresas de mídia no Facebook
Um recente relatório divulgado pela consultoria britânica Echobox revelou que as empresas de mídia estão enfrentando uma queda significativa na audiência de suas publicações no Facebook, informou a Folha de S.Paulo. De acordo com o estudo, a audiência obtida por essas empresas na plataforma despencou de 12% em janeiro para 7% em junho, uma queda de cinco pontos percentuais, representando uma diminuição de 41%.
O relatório, denominado Social Media Index (SMI), analisa a porcentagem de tráfego proveniente de diferentes redes sociais para as publicações de mídia. Vale ressaltar que o índice não inclui plataformas como o Google Search e o WhatsApp, focando apenas nas redes sociais. Os dados indicam que a queda atual na audiência do Facebook teve início em meados do ano passado, após atingir o pico de 15%, e desde então tem apresentado uma tendência de queda constante.
Diversos grupos de mídia, como o Reach no Reino Unido e o BuzzFeed nos Estados Unidos, foram afetados de forma variada por essa redução nas visualizações provenientes das redes sociais. Segundo Antoine Amann, CEO da Echobox, “é difícil apontar com certeza as causas, mas o Facebook tem deixado claro que pretende dar menos destaque às notícias em sua plataforma e priorizar conteúdos em vídeo, o que naturalmente resulta em menos tráfego por cliques”.
Amann também ressalta que depender de plataformas de terceiros pode ser extremamente desafiador para as publicações, uma vez que elas têm seu desempenho e receita severamente impactados por mudanças algorítmicas sobre as quais não possuem controle.
Segundo o site Gizmodo, a queda no tráfego do Facebook teve início em fevereiro e se intensificou nos meses seguintes. Procurada pelo portal, a Meta (empresa controladora do Facebook) não emitiu nenhum pronunciamento a respeito.
Apesar da queda acentuada, não é a primeira vez que ocorre uma diminuição no tráfego do Facebook. De acordo com os dados da Echobox, a queda mais duradoura aconteceu entre 2016 e 2018, quando a rede social modificou seu algoritmo para priorizar conteúdos gerados pelos próprios usuários. No entanto, mesmo com os atuais níveis mais baixos, o Facebook continua sendo a maior fonte de tráfego para as publicações, gerando cerca de sete vezes mais tráfego do que o Twitter, e com uma parcela ainda menor proveniente do Instagram.
Entre as possíveis causas apontadas pelo relatório da Echobox, estão as disputas regulatórias enfrentadas pelas grandes empresas de tecnologia em alguns países e o rápido crescimento do TikTok e do conteúdo em vídeo nos últimos anos.
A queda no tráfego proveniente do Facebook ocorre em um momento em que países como Austrália e Canadá estão aprovando leis que exigem que as grandes plataformas remunerem o conteúdo jornalístico. A Austrália implementou um código em março de 2021, determinando que os veículos de mídia negociem com as plataformas o pagamento pelo conteúdo jornalístico, podendo recorrer à arbitragem caso não haja acordo. O Google chegou a ameaçar encerrar seu mecanismo de busca na Austrália, mas acabou voltando atrás, enquanto o Facebook bloqueou o compartilhamento de notícias na plataforma por uma semana antes de reconsiderar.
No Brasil, o Projeto de Lei das Fake News incluía a exigência de pagamento por parte das plataformas pelo uso de conteúdo jornalístico. Contudo, devido a obstáculos e forte oposição das grandes empresas de tecnologia, os deputados retiraram a remuneração do texto em discussão na Câmara, com a intenção de abordar a questão posteriormente em um projeto separado.
Brasil 247
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