Crianças até quatro anos são as mais afetadas por Síndrome Respiratória Grave na Paraíba


São 487 casos de SRAG no estado em 2023. Desses, 226 foram em bebês com menos de um ano de idade e 127 em crianças entre um e quatro anos. Vacina evita casos graves, adverte especialista. Em 2023, nada menos do que 72,48% dos casos graves de síndromes respiratórias são em crianças até quatro anos Reprodução/TV Globo A Paraíba já registrou em 2023 um total de 487 casos de Síndrome Respiratória Grave (SRAG), em que as pessoas precisaram ser hospitalizadas por causa da doença. E um dado preocupante é que, desse total, 72,48% dos casos foram em crianças que têm até quatro anos de idade. Os dados estão no Boletim Epidemiológico nº 6, que foi divulgado esta semana pela Secretaria de Estado da Saúde do Governo da Paraíba. De todos os casos graves registrados, 226 foram em bebês com menos de um ano de idade e 127 em crianças entre um e quatro anos. O alto índice de SRAG em crianças não chega a ser uma novidade, mas estudiosos analisam que nos últimos anos esse número vem crescendo gradativamente. A pediatra Iana Araújo explica que existem diferentes fatores que fazem as crianças pequenas serem mais suscetíveis ao vírus, e que um deles é o início das aulas no começo de cada ano. “Várias crianças que ainda não tiveram contato com o vírus acabam tendo pela primeira vez”, destaca. Para piorar essa situação, ela comenta que nos últimos anos vem sendo registrado uma diminuição no índice de vacinação de crianças, algo que para a médica é preocupante. “Todo ano é a mesma coisa. A gente já sabe que esse aumento no número de casos vai acontecer. Mas nos últimos tempos é perceptível um crescimento da incidência por causa da queda da vacinação das crianças”, prossegue Iana Araújo. Iana Araújo, pediatra Iana Araújo/Arquivo Pessoal A Síndrome Respiratória Grave se configura quando a pessoa é hospitalizada com febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta. E que, para além disso, apresenta dispneia ou saturação menor que 95% ou desconforto respiratório. Em casos mais graves, os casos podem evoluir para óbito. Sobre a questão, Iana Araújo reforça que o nome é autoexplicativo. “Trata-se de uma síndrome grave. Não é qualquer resfriado”, adverte. Em alguns casos, prossegue a pediatra, o caso vai culminar em um desconforto respiratório mais intenso. “A maior parte das crianças vai lidar com a síndrome de uma forma melhor, mas algumas vão ter respostas mais exarcerbadas. Vão precisar de fisioterapia respiratório ou de suporte de oxigênio”. No mais, Iana Araújo reafirma: “É uma síndrome grave e pode ser fatal”. Por sinal, em todo o estado da Paraíba, já morreram 104 pessoas por SRAG em 2023, excetuando aí os casos de Covid-19. Além disso, há outros três casos em investigação. O Boletim Epidemiológico nº 6 da SES, no entanto, não divulgou o número de óbitos por idade. De toda forma, Iana Araújo cita dados da InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e registra que 63,7% dos óbitos de crianças por síndromes respiratórias graves em 2023 ainda são relacionados a casos de Covid-19, 14,5% está relacionado a Influenza A, 10,1% ao vírus sincial e 8,5% pela Influenza B. “Muitos desses óbitos podem ser evitados e prevenidos com a vacinação”, reafirma, lembrando que existem imunizantes a disposição das crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todos essas doenças. Para além da vacinação, a SES recomenda em seu boletim algumas medidas para evitar o contágio. É necessário respeitar distanciamento social, evitar aglomerações, manter ambientes bem ventilados, manter as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos, higienizar com frequência os brinquedos das crianças e não compartilhar objetos pessoais. É recomendado ainda utilizar máscara se estiver com sintomas gripais. Se a criança apresentar sintomas, ela não deve ir à escola até a melhora. Vídeos mais assistidos da Paraíba
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