Caso Patrícia Roberta: acusado confessa morte e ocultação do corpo da jovem
Jonathan Henrique escolheu responder apenas as perguntas da própria defesa. Crime aconteceu em 2021 e corpo da jovem foi encontrado perto de onde o acusado morava. Jonathan Henrique, acusado de matar Patrícia Roberta e ocultar seu cadáver, faz uso ao direito ao silêncio em júri popular. Luana Silva/g1 PB Jonathan Henrique, acusado pelo feminicídio de Patrícia Roberta, confessou que matou a jovem. Em depoimento durante júri popular, nesta quinta-feira (25), ele admitiu também a ocultação do corpo da vítima. O julgamento acontece no plenário do 2° Tribunal do Júri de João Pessoa . O acusado escolheu responder apenas as perguntas feitas pela própria defesa. Durante a fala, Jonathan alegou que a morte de Patrícia aconteceu durante uma relação sexual. Ele disse que fez uso da asfixiofilia, prática sexual que envolve asfixia . “Eu não sei o que aconteceu, acho que eu ainda não estava em estado normal, porque aconteceu essa tragédia”, afirmou no interrogatório. Em sua versão, o acusado conta que entrou em pânico quando a ex-namorada, que estava grávida do filho dele na época, e a ex-sogra chegaram no local. Ele conta que colocou o corpo em outro quarto para escondê-lo. Eu não sei, eu só movi o corpo de lugar. Tirei do quarto, coloquei no outro quarto. tentei mandar ela [ex namorada] embora, e quando eu consegui, aquilo já estava comigo. Só tentei afastar os problemas porque ela tava grávida, tava começando a me estruturar, criar uma nova família. Normalmente eu não seria capaz de fazer uma coisa dessas, mas foi um ato de desespero. Jonathan ainda afirmou ter carinho por Patrícia e que tudo "estava fluindo naturalmente" naquele final de semana". O acusado contou o que teria acontecido antes da morte da vítima no domingo. Ele afirmou que Patrícia chegou na sexta à noite. Eles beberam, dormiram. No sábado, ele foi consertar a moto e ela ficou no apartamento dele. À noite do sábado foram para uma festa no Valentina. Ele disse que consumiu várias drogas. Voltaram da festa e dormiram. A morte foi no domingo. O promotor Demétrius Castor afirmou que a versão da ida de Jonathan para a festa com Patrícia era mentirosa. Ele afirmou que uma amiga do acusado disse em depoimento que ele foi para o apartamento dela, enquanto Patrícia ficou trancada. Disse ainda que tem imagens que mostram ele saindo do apartamento da amiga na manhã do domingo. Jonathan foi apontado pelo Ministério Público sendo o autor do homicídio qualificado praticado contra a vítima, sendo a causa da sua morte asfixia por esganadura ou estrangulamento, com o uso de meios que incapacitaram a defesa de Patrícia. Do lado externo do prédio do 2° Tribunal do Júri da capital, foram colocadas faixas e cartazes em protesto, pedindo justiça por Patrícia Roberta e condenação do acusado. Protesto na área externa do 2º Tribunal do júri, em João Pessoa, pedindo justiça por Patrícia Roberta. Luana Silva/g1 PB Relembre o caso No dia 27 de abril de 2021, o corpo de Patrícia Roberta, de 22 anos, foi encontrada com os pés amarrados e envolto em um saco, em uma região de mata no bairro do Novo Geisel, em João Pessoa. De acordo com o laudo da causa da morte, a vítima foi morta por asfixia por esganadura. Patrícia Roberta foi morta em abril de 2021 Reprodução / TV Asa Branca Patrícia Roberta, natural de Caruaru, em Pernambuco, havia viajado a João Pessoa para visitar o amigo Jonathan Henrique, chegando na cidade em 23 de abril. O acusado combinou de buscar a vítima, mas acabou não indo e disponibilizou um carro por aplicativo para levá-la até sua casa. No sábado, 24 de abril de 2021, Jonathan deixou Patrícia trancada em seu apartamento, dizendo que precisava resolver uma "situação". Conversando com a mãe por chamada de vídeo, Patrícia disse que estava triste porque tinham combinado de passear. Ainda de acordo com a troca de mensagens com a mãe, Patrícia relata que Jonathan só chegou no domingo, dia 25, e avisou que ambos voltariam juntos para Caruaru. Depois disso, Vera Lúcia, mãe de Patrícia, não conseguiu mais falar com a filha. Já na segunda-feira, 26 de abril, a família veio para João Pessoa e registraram o desaparecimento da jovem. As polícias Civil e Militar iniciaram as buscas pela vítima. Os policiais foram até Gramame, onde Jonathan morava. Na madrugada de terça-feira (27), uma testemunha relatou que viu o acusado sair com o que depois seria o corpo de Patrícia enrolado em um tapete. Com isso, a polícia iniciou as buscas pelo acusado e pelo possível corpo de Patrícia. No dia seguinte, o corpo da jovem foi encontrado em uma região de mata, no bairro do Novo Geisel, perto de onde Jonathan morava. Jonathan foi preso na casa de um amigo, no bairro de Mangabeira II, onde também foi encontrada a moto que teria sido usada para transportar o corpo da jovem até o local onde foi encontrado. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba