Na abertura do Conselhão, Lula reclama que não se pode falar sobre juros
Em mais um episódio na queda de braço entre governo federal e Banco Central, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou mais uma vez o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, após o Comitê de Política Monetária (Copom) optar por manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%.
Desta vez, a fala do Chefe do Executivo ocorreu na reunião de abertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. Nos últimos meses, o governo tem batido na tecla de que a retomada dos investimentos no país dependem da redução dos juros, que atualmente estão no patamar mais alto desde 2017. Lula também tem questionado publicamente a legislação que concede autonomia à autoridade monetária.
“Esse conselho pode até discutir taxa de juros, se quiser. É muito engraçado. Todo mundo aqui pode falar de tudo. Só não pode falar de juros. A Fiesp precisa ter muito cuidado para falar de juros, a Federação do Comércio, muito cuidado, as indústrias têxteis, muito cuidado. Ninguém pode falar de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”.
Aberto nesta quinta-feira em reunião no Itamaraty, o Conselhão reúne mais de 200 representantes de diversas áreas da sociedade, como a empresária Luiza Trajano e o padre Julio Lancelloti. O grupo é descrito pelo governo como um espaço de diálogo para construção de propostas em conjunto, e também pela análise de políticas públicas com foco no desenvolvimento sustentável.
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