Suspeito de matar jovem e balear bebê é preso em João Pessoa
Vítima já havia feito parte de facções criminosas, mas havia saído há mais de um ano. Suspeito teria matado Ramon por rixas antigas. Bebê evolui bem ao tratamento, após retirada de bala do cérebro. Wesley Lohan foi preso suspeito de matar Ramon Nascimento e balear a filha da vítima, de um ano Reprodução/TV Cabo Branco Um homem de 25 anos foi preso na quarta-feira (28), suspeito de invadir uma casa e atirar contra um jovem de 19 anos e a filha dele, de um ano, no bairro do Alto do Mateus, em João Pessoa, na terça-feira (27). Ramon Vagner da Silva Nascimento foi atingido por pelo menos quatro tiros e foi socorrido para o hospital, mas não resistiu. A bebê segue internada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas segundo o diretor da unidade hospitalar, está reagindo bem ao tratamento, estando em situação regular. O crime aconteceu na noite da terça. Ramon estava no quarto da casa, se arrumando para ir à igreja, quando o suspeito invadiu a residência. Uma menina de sete anos estava na sala junto com outras crianças e foi surpreendida pela invasão. Ela correu para chamar o pai, quando o suspeito atirou e baleou a bebê de um ano. Em seguida, ele foi até o quarto e atirou várias vezes contra Ramon, fugindo em seguida. Segundo a Polícia Civil, o suspeito do crime é Wesley Lohan Quirino do Nascimento, de 25 anos, que usava tornozeleira eletrônica durante a prisão. Ele foi detido no mesmo bairro onde ocorreu o crime, após tentar reagir à prisão. “A vítima foi morta na frente de cinco crianças, onde a maior tem sete anos e a menor tem apenas dois meses. O executor do crime trajava um casaco branco e o suspeito que foi conduzido está com um casaco semelhante ao narrado [por testemunhas] como sendo usado pelo atirador no momento do crime”, disse a delegada Josenise de Andrade. Ramon Nascimento tinha 19 anos e foi atingido por pelo menos quatro tiros, em João Pessoa Reprodução/TV Cabo Branco Conforme a delegada, a motivação do crime pode estar relacionada a rixas antigas envolvendo facções criminosas. “A vítima já havia feito parte da facção criminosa a qual o suspeito faz parte. Há algum tempo houve uma dissidência e ele [Ramon] foi para a facção rival. A família fala que há cerca de um ano ele estava afastado do mundo do crime, estava na igreja evangélica, mas ainda recebia recorrentes ameaças de morte. Inclusive a casa da vítima tem várias marcas de tiros que não foram feitos no dia de ontem. São anteriores, onde a vítima já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio também praticada pelo suspeito”, explicou Josenise. Wesley foi levado para a carceragem da Central de Polícia Civil, onde aguarda audiência de custódia a ser realizada nesta quinta-feira (29). Ele não confessou o crime e, segundo a delegada, disse que só ia responder em juízo. Mãe da vítima chegou a ouvir os tiros Homem invadiu casa da família, no Alto do Mateus, e atirou contra bebê de um ano e jovem de 19 anos Reprodução/TV Cabo Branco A mãe de Ramon, Josefa Maria da Silva, estava em uma casa próxima do local onde aconteceu o crime, e chegou a ouvir os tiros que atingiram o filho dela. “Eu estava em casa, botando meu filho de um ano para dormir, aí escutei o primeiro disparo. Então teve outro tiro, e teve mais outro e eu corri e não vi mais nada. Só vi minha nora saindo correndo com minha neta no colo, gritando, a menina ensanguentada. Eu entrei correndo à procura do meu filho e ele estava caído”, relatou. Tanto Ramon quanto a filha foram socorridos e levados para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas o jovem não resistiu e morreu na unidade hospitalar. Ainda de acordo com Josefa, a vítima tentava mudar de vida. "Ele já foi envolvido [com facções criminosas], aí saiu já faz um ano e três meses. Eu não sei se foram os inimigos que ele tinha no passado, não sei dizer. Ele estava tentando outra vida, mas quem entra nessa vida, o mal sempre vem para cobrar o que fica lá atrás”, completou. Estado de saúde da bebê Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa Reprodução/TV Cabo Branco A menina de um ano e dois meses, filha de Ramon, deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa por volta das 19h da terça-feira. Ela passou por procedimentos de urgência e foi submetida a uma cirurgia para retirada do projétil, que atingiu o cérebro dela. Até a quarta-feira (28) ela estava internada em estado grave na UTI infantil do hospital, porém o estado de saúde dela avançou. Em entrevista ao Bom Dia Paraíba, às 7h desta quinta-feira (29), o diretor geral do Hospital de Trauma, Laécio Bragante, explicou que a menina está reagindo bem ao tratamento, e que apesar de ainda estar na UTI, agora está em estado regular. “A criança está bem, estive com ela no início da manhã, está sentada na cama, aceitando a dieta oral e já interagindo de forma positiva, sem nenhum sinal de sequela”, disse o diretor. A menina foi atingida na cabeça e a bala penetrou o crânio e chegou a atingir o cérebro, no lobo frontal. “O ferimento por projétil de arma de fogo, além do ferimento em si, provoca outras lesões secundárias relacionadas às ondas de choque e também pelo calor do projétil. Mesmo assim, todo o tratamento cirúrgico foi feito imediatamente e ela está apresentando uma evolução surpreendentemente boa”, explicou. Ainda conforme Laécio, se continuar a evolução, ela deve ficar mais uns três ou quatro dias na UTI, em acompanhamento. “Ela permanece na Unidade de Terapia Intensiva pois é onde se pode dar a maior assistência possível. Mesmo com essa evolução, há a possibilidade de alguma lesão secundária se expressar depois, por isso essa conduta de prevenção. Mas a princípio, ela não apresenta sequelas”, completou. Vídeos mais assistidos da Paraíba