Quase 400 pacientes deram entrada no Trauma de Campina Grande vítimas de queimaduras em oito meses de 2023
Alguns casos registrados não são provenientes somente de pessoas de Campina Grande, mas também de outros municípios paraibanos. O número é maior que no mesmo período no ano passado. Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, na Paraíba João da Paz/Ascom/Divulgação Um total de 397 pacientes deram entrada como vítimas de queimaduras no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. O número é contabilizado entre os meses de janeiro até o final de agosto. A maioria dos casos por queimaduras são resultado do manuseio de álcool, segundo a unidade de saúde. Conforme informou o hospital, os pacientes que deram entrada na unidade não são somente provenientes de Campina Grande, mas também de outros municípios, porque muitas vezes é necessário a transferência de cidades menores para centros maiores, a depender da gravidade dos ferimentos. Além disso, o número de queimaduras registradas nesses oito primeiros meses do ano é levemente superior ao dado do mesmo recorte de 2022. Naquele período, foram contabilizados 379 casos, 14 a menos que o levantamento atual aponta. Segundo o médico cirurgião plástico Dirceu Carvalho, que é especialista em tratar queimaduras corporais, em entrevista concedida à TV Paraíba, esse tipo de incidente acontece repetidamente pelo manuseio de álcool, que é utilizado nas residências para fazer fogo. “Hoje se usa muito álcool domiciliar para fazer fogo, para poder cozinhar com ele. Acontece que o álcool quando você vai mexer com ele, se a garrafa está com pouco líquido, da metade para baixo, é o maior risco, porque qualquer fagulha prova uma explosão”, explicou. O especialista ainda destacou que, como esse tipo de explosão acontece de forma muito rápida, pode abranger uma área muito grande do corpo, levando a altos índices de porcentagem de queimadura pelo corpo. “Essa explosão, como ela é rápida e o calor muito grande, abrange uma área muito grande do corpo, e a queimadura em si geralmente é profunda, de segundo grau ou terceiro, a depender da intensidade do calor da explosão”, disse. As queimaduras ocasionadas por explosões envolvendo álcool, como explica o médico, podem atingir mais de 50% do corpo, o que é considerado um ferimento muito grave e que requer tratamentos especiais. Além disso, como a pele é um órgão fundamental para manter a temperatura corporal e também o nível de líquido no organismo, estando queimada, esses ferimentos prejudicam fortemente o funcionamento desses processos. De acordo com o médico, isso pode até afetar o funcionamento dos rins, fazendo com que pare de funcionar adequadamente. Grávida tem 75% do corpo queimado tentando acender fogo com álcool, em Patos, na PB Grávida internada por ter mais de 70% do corpo queimado Uma mulher grávida de quatro meses teve 75% do corpo queimado após utilizar álcool para cozinhar. O caso aconteceu no bairro Santo Antônio, em Patos, no Sertão da Paraíba, na terça-feira (29). A vítima tem 33 anos. Também em entrevista à TV Cabo Branco nesta quarta-feira (30), o diretor do Hospital de Trauma de João Pessoa, que recebeu a paciente para realizar os tratamentos adequados, contou que ela segue internada em UTI,já passou por procedimentos específicos para tratar o problema, e atualmente respira com ajuda de aparelhos, além de se manter sedada continuamente e sob efeito de “analgesia constante”. Uma ultrassonografia obstétrica foi feita para avaliar as condições do bebê e foi constatada a vitalidade do feto. Quando o acidente aconteceu com a mulher, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontrou a vítima na rua gritando e com o corpo queimado. Os socorristas fizeram os primeiros socorros e a encaminharam inicialmente para uma Unidade de Referência para grávidas em Patos. Mas por conta da gravidade dos ferimentos causados pela explosão, ela precisou ser transferida para o Trauma de Campina Grande, no início da tarde. Chegando ao local, os médicos entenderam que ela precisava ser levada ao Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. A vítima, por não ter gás em casa, utilizava álcool para cozinhar e, quando estava manuseando o objeto com álcool, as chamas atingiram esse recipiente, que acabou explodindo e ferindo a vítima. No começo do mês de agosto, uma outra grávida, desta vez de 36 anos, teve 50% de seu corpo queimado após tentar acender o fogo do fogão com álcool, provocando uma explosão. Ela foi levada para o Hospital de Trauma de Campina Grande, à época, e passou por uma cesariana para tentar salvar o bebê. No entanto, ela e o bebê acabaram morrendo. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba