Cineastas e produtores fazem reivindicações de políticas públicas para o fomento do setor audiovisual na Paraíba 

Na esfera federal, os avanços nas políticas públicas para o setor de cinema e audiovisual saltam aos olhos. Nesta terça, 29, o Senado Federal o Projeto de Lei da Cota de Tela (PL 3696/23) de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discutiu a renovação da cota de tela, um importante instrumento para a proteção das produções nacionais que vivem em constante luta desigual com as produções hollywoodianas, sobretudo, que ocupam a grande maioria das salas de cinema no país. 

Tivemos uma vitória e uma derrota (temporária, esperamos) hoje:  a primeira é que o relatório do senador Humberto Costa (PT/PE) foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação e Cultura, no entanto, retiraram do texto a cota de tela para as salas de cinema. Um retrocesso. Esse acordo garante a renovação da Cota de Programação para TV por assinatura por mais 20 anos, prevista em lei e que perde a validade no dia 12 de setembro.  

Mas no sublime torrão paraibano, cineastas esperam ações básicas.  Depois do avanço na criação das Agência de Cinema de João Pessoa, anunciada com pompas e circunstâncias no FesticineJP, a primeira e até agora única edição do Festival Internacional de Cinema de João Pessoa, a sonhada agência está engavetada (literalmente) no gabinete do prefeito Cícero Lucena. A Funjope fez a sua parte. Vamos morrer na praia depois de tantos esforços para a concretização desse sonho?

O que a classe cinematográfica espera do poder público municipal e estadual é  menos pão e circo e mais ações duradoras que fomentem o nosso cinema. Enquanto o Brasil caminha para a volta ao estímulo na cadeia produtiva, o governo do Estado da Paraíba empacou há dez anos sem manter o mínimo de avanço conquistado pela classe e o poder público municipal estagnou há três anos com o edital Walfredo Rodriguez. 

A Paraíba demonstrou ao Brasil a sua capacidade criativa quando há estímulos à sua produção. A intitulada Primavera do Cinema paraibano, durante o Fest Aruanda de 2018, apresentou seis longas-metragens no evento dentro da Mostra Sob o céu nordestino, nome do primeiro longa paraibano, com direção do pioneiro Walfredo Rodriguez que dá nome ao edital da Funjope – Fundação Cultural de João Pessoa. 

Dessa lavra saiu ‘O seu amor de volta” (mesmo que ele não queira), de Bertrand Lira que teve o melhor desempenho de bilheteria no Cine Banguê do Espaço Cultural nos meses de maio, junho e julho com média de 40 pessoas por sessão, desbancando filmes de excelente qualidade como ‘Sem ursos’, do iraniano Jafar Panahi, premiados em vários festivais mundiais. Um filme potiguar com a participação paraibana no elenco e na produção (‘O alecrim e o sonho’, de Valério Fonseca) está entre os indicados a representar o Brasil no Oscar.

 

O Fórum do Audiovisual Paraibano reivindica que ambos poderes façam pelo menos o dever de casa. Sobre a criação da Agência de Cinema e Audiovisual da Parahyba, anunciada pelo próprio prefeito Cícero Lucena, em 26 de agosto de 2022, os trabalhadores e trabalhadoras do cinema e do audiovisual perguntam: Quando o projeto seguirá para a Câmara Municipal? Quanto às políticas para a área, quando o setor audiovisual terá investimentos e políticas públicas enquanto indústria criativa? Vamos continuar como plateia de produções de outros lugares sem buscar fomentar a nossa própria produção? Governador João Azevedo e prefeito Cícero Lucena, a palavra está com os senhores.

 

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Wallyson

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