Haddad diz que solução para rotativo não pode prejudicar consumidor nem varejo

Fernando Haddad ministro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu que se encontre uma solução para a questão da taxa de juros cobrada no rotativo do cartão de crédito protegendo o consumidor e sem comprometer o varejo.

As declarações foram dadas em entrevista concedida na última sexta-feira (11) ao jornalista Reinaldo Azevedo, divulgada nesta segunda-feira (14). O ministro foi questionado sobre a declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que é preciso acabar com o rotativo do cartão. “O rotativo não dá. É 15% ao mês, composto”, disse.

Para ele, é preciso garantir algum tipo de proteção às pessoas que por algum motivo precisaram entrar com dívida nesta modalidade e enfrentam dificuldades para sair em meio à elevada taxa de juros, que supera os 400% ao ano. Por outro lado, o ministro alega que não se pode perder de vista o varejo, que vende muito em parcelas sem juros no cartão de crédito.

Em uma breve entrevista concedida à tarde a jornalistas na sede do Ministério da Fazenda, Haddad repetiu a defesa de uma solução que atenda os dois objetivos, mas não entrou em detalhes sobre os caminhos possíveis para compatibilizar as demandas de consumidores e representantes do varejo.

“Estabelecemos um prazo de 60 dias para resolver o problema do rotativo. O rotativo afeta muito a vida das pessoas, e o parcelado sem juros responde hoje por mais de 70% das compras feitas no comércio. Então, temos que ter muito cuidado para não afetar as compras no comércio e não gerar outro problema para resolver o primeiro”, afirmou.

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“Nosso foco é o rotativo. O rotativo não pode continuar como está e eu tenho o compromisso dos bancos de que essa mesa de negociação tem prazo para terminar”, disse.

Na conversa, Haddad destacou as discussões sobre o assunto em grupo de trabalho junto a representantes da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). E disse que o Congresso Nacional tem mostrado sensibilidade ao tema.

“O rotativo é um problema, nós temos que resolver esse problema, porque não é justo com as pessoas que tiveram uma ocorrência qualquer (…) cair num juro de 15% ao mês composto, que gera o juro de 400% ao ano”, disse.

“Nós herdamos uma taxa de juros absurda no rotativo e vamos ter que equacionar. Agora, não passa por prejudicar o consumidor. O consumidor está pagando suas contas em dia não pode ser prejudicado para que aquele que teve uma ocorrência e acabou caindo no rotativo pague essa enormidade de juros”, pontuou.

Questionado sobre a ideia de se limitar a quantidade de parcelas nas compras a prazo (medida criticada por representantes do varejo), Haddad disse que os bancos ainda não apresentaram uma proposta formal para o problema do rotativo.

“Esses dados têm que ser apresentados para que a gente possa estabelecer um consenso de não prejudicar o comércio e nem aquela família que está usando o parcelado sem juros para equacionar seu orçamento mensal, porque nem todo mundo tem disponibilidade para fazer compras à vista”, disse.

(com Agência Estado)

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Marcos Mortari

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