CPMI de 8 de Janeiro: Silvinei Vasques e George Washington serão ouvidos na próxima semana como testemunhas

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro em Brasília vai ouvir, na próxima semana, o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques.

Também será ouvido George Washington, preso acusado de participar de um plano de ataque terrorista ao aeroporto de Brasília. As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (14), pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

O depoimento de Silvinei vai ocorrer na terça-feira (20), na condição de testemunha. Entre os questionamentos dos parlamentares, ele deverá explicar as ações de fiscalização que se intensificaram em rodovias do Nordeste no dia do segundo turno das eleições presidenciais, como forma de bloquear a movimentação de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro, sob acusação de pedir votos de forma ilegal em uma rede social para o então presidente Jair Bolsonaro (PL), Silvinei se aposentou do cargo em dezembro, aos 47 anos, com vencimentos integrais preservados.

Na quinta-feira (22) está previsto o depoimento de George Washington, preso após confessar ter montado uma bomba e tê-la colocado sob um caminhão de combustível, perto do Aeroporto de Brasília, em um plano para explodir o artefato na área de embarque do local, que acabou frustrado. Washington também será ouvido na condição de testemunha.

Esses primeiros depoimentos seguem de acordo com o plano de trabalho aprovado pelo colegiado, que aponta na direção de uma ordem cronológica, que começa antes das invasões aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). A CPMI deve apurar de que forma tais fatos colaboraram para inflamar os ânimos de eleitores descontentes com o resultado da eleição, e ao mesmo tempo, impulsionar a articulação de movimentos antidemocráticos.

Entre os episódios que podem ter servido como escalada para os atos de 8 de janeiro na avaliação da relatora, está o caos generalizado após tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal por bolsonaristas em 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula como presidente, quando carros e ônibus foram incendiados e avenidas da capital bloqueadas pelos vândalos.

Acesso a celular de Bolsonaro 

Além de aprovar a convocação de 36 pessoas para prestarem depoimento sobre as invasões a prédios públicos ocorridas em 8 de janeiro, a CPMI autorizou requerimento que solicita à Polícia Federal o compartilhamento de dados do telefone celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apreendido durante a Operação Venire, deflagrada com o objetivo de investigar fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente, de familiares e de assessores.

Também foram aprovadas solicitações de informações contidas nos aparelhos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid – que também deverá depor na comissão em um momento posterior -, e do militar reformado Aílton Barros, ambos presos na mesma operação, acusados de participação no esquema de falsificação dos comprovantes de imunização.

Entre os 288 requerimentos analisados, a CPMI aprovou a convocação de integrantes do governo de Jair Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça, e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na dia dos ataques, Anderson Torres, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro que concorreu nas eleições de 2022, Walter Braga Netto.

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