Conheça as doenças crônicas que mais afetam as pessoas que passam muito tempo sentadas


Anestesiologista Humberto Arcoverde, médico da dor, alerta sobre os riscos para a saúde de gamers, motoristas e demais trabalhadores de escritórios A má postura em frente ao computador tem levado pessoas jovens aos consultórios com relatos de dores crônicas. Divulgação/Freepik Seja no trabalho, ao volante, estudando ou até em momentos de lazer, passamos cada vez mais tempo sentados e, na maioria das vezes, em frente a um celular, computador ou uma TV. Apesar da comodidade que a tecnologia trouxe, esses novos hábitos humanos são nocivos para a saúde, o que tem acarretado o aparecimento nos jovens de novos males e de doenças que, até então, eram mais comuns a pessoas mais velhas. Passar boa parte do dia sentado em uma cadeira causa diversos malefícios, como dores nas costas, prejudica a circulação, promove o envelhecimento precoce e até aumenta as chances de desenvolvimento de doenças crônicas. E ainda vai além: uma pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, concluiu que, a cada hora sentada, a pessoa reduz sua expectativa de vida em 21 minutos. Já um estudo da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostrou que até 4% das mortes no mundo poderiam ser evitadas apenas reduzindo o tempo que as pessoas permanecem sentadas ao longo do dia. Isso representa 433 mil pessoas por ano. Com isso, o anestesiologista Humberto Arcoverde, médico da dor, elencou cinco doenças crônicas mais presentes em seus pacientes, como gamers, motoristas e demais trabalhadores de escritórios. Cervicalgia É o nome comum dado às dores na coluna cervical e pode ser causada por diferentes fatores tensionais, musculares e mecânicos ou devido à compressão nervosa. Na maioria das vezes, o problema regride naturalmente ou com uso de medicação, porém, ao persistir por mais três meses, já pode ser diagnosticado como uma doença crônica e necessita de um tratamento específico. Lombalgia Assim como a cervicalgia, é a dor nas costas, porém na região lombar, ou seja, na área mais baixa perto da bacia. Muitas vezes, o incômodo se irradia para as pernas com ou sem dormência e pode ser causado por conta da má postura, gerando efeitos como inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra e artrose. Síndrome de pescoço de texto O uso de dispositivos, principalmente o celular, é o responsável pelo surgimento da nova doença na coluna vertebral. A principal causa é a postura inadequada em que manuseamos esses aparelhos: a cabeça sempre flexionada para baixo na direção do queixo, como se existisse uma grande quantidade de peso sobre o corpo (cerca de 27 quilos). Isso faz com que se deposite uma sobrecarga sobre as estruturas do pescoço, como músculos, ligamentos e vértebras cervicais. Esse problema pode gerar dor, rigidez, fadiga e outros sintomas no pescoço, ombros e costas, além de dores de cabeça e problemas de postura. Tendinite É a inflamação dos tendões, também conhecidos como as estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos e funcionam para transmitir a força de contração muscular necessária para mover uma determinada parte do corpo. Uma das causas é o esforço repetitivo e afeta principalmente os ombros, cotovelos, mãos e punhos, tornozelos e pés. Epicondilite Quando a tendinite no cotovelo não é tratada e entra em um estágio mais avançado, o paciente passa a sofrer de epicondilite, o que faz com que o tendão sofra uma resposta fibroblástica e vascular, conhecida como degeneração angiofibroblástica. Essa condição está relacionada com os exercícios repetidos do antebraço, causa pela qual também é conhecida como “cotovelo do tenista”, já que afeta ainda pessoas menos sedentárias que praticam tênis e de outros segmentos que usam excessivamente esse tipo de movimento. Tratamento Segundo o médico da dor Humberto Arcoverde, o tratamento das doenças relacionadas à má postura pode variar de acordo com a localização do incômodo e o estágio. Divulgação/Freepik Segundo Humberto Arcoverde, para os casos em que já se pode considerar a dor crônica, o tratamento vai variar de um local para o outro e do estágio do incômodo relatado pelo paciente. De acordo com ele, hoje é possível fazer um trabalho que envolva medicamentos específicos ou até abordagens minimamente invasivas, como as infiltrações, os bloqueios de nervos e as radiofrequências. Só em último caso é considerado recorrer a cirurgias. “Primeiro precisamos entender a realidade de cada pessoa que nos procura buscando ajuda. Afinal, não é normal viver com dor. Depois de exames detalhados que mostram onde está o problema, nós podemos começar um tratamento individual que resolva o problema e devolva a qualidade de vida das pessoas”, concluiu ele. Para os interessados, mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (83) 9400-3535 ou pelo perfil no Instagram @drhumbertoarcoverde. Humberto Arcoverde - CRM-PB 7598
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