Brasil deve efetuar o pagamento de R$ 4,2 bilhões a organismos internacionais até o fim do ano

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Até o fim do ano, o Brasil deve efetuar o pagamento de mais de R$ 4,28 bilhões junto a organismos internacionais. A informação foi divulgada de maneira conjunta pelos ministérios do Planejamento e Relações Exteriores, e aproximadamente metade deste valor diz respeito a dívidas acumuladas em anos anteriores.

Nos 100 primeiros dias de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram pagos R$ 526 milhões a organismos internacionais com atuação em áreas consideradas prioritárias para a política externa brasileira, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), a Organização Mundial da Saúde (OMS), à Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial do Comércio (OMC), à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Também foram quitadas contribuições destinadas à Secretaria e ao Parlamento do Mercosul, ao Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e à Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“O governo está firmemente engajado no equacionamento das dívidas do Brasil com organismos internacionais, o que contribuirá para aperfeiçoar as condições para a plena retomada da atuação brasileira na esfera internacional. Para tanto, envidará esforços para a execução financeira integral dos valores previstos na Lei Orçamentária Anual 2023 e dos valores inscritos em restos a pagar relativos ao exercício anterior, possibilitando a quitação integral dos débitos do País junto a tais organismos ao longo do ano corrente”, diz a nota conjunta divulgada.

O maior interesse em dialogar com outras nações reflete uma das linhas de atuação da política externa empreendida pelo ministério das Relações Exteriores nos mandatos anteriores de Lula, quando o Brasil chegou a mediar uma tentativa de estabelecer um acordo nuclear entre o Irã e a Organização das Nações Unidas.

Durante participações em fóruns internacionais já neste terceiro mandato, Lula e seus ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), têm se posicionado a favor da interação com líderes de outros países em desenvolvimento. Sob influência do assessor especial Celso Amorim, que foi chanceler no primeiro mandato do petista, o governo vê encontros dessa natureza como oportunidade para atrair investimentos e reestabelecer a liderança brasileira na América Latina, por exemplo.

Postura diferente foi adotada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), período em que o Itamaraty foi comandado por Ernesto Araújo e, em um segundo momento, Carlos França. Entre 2019 e o fim de 2022, o país esteve ausente de fóruns internacionais e o governo buscava alinhamento ideológico com figuras políticas como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro húngaro, Víktor Orbán.

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luispereira

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